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BERLINDA
A governadora do RS, Yeda Crusius,
acumula escândalos e não deve se reeleger

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A continuidade tem tu­do para ser a marca des­tas eleições, independentemente de partidos. Dos 20 governadores candidatos à reeleição, 15 apareceram nas pesquisas como líderes da disputa. A exceção mais gritante ao desejo do eleitor de manter o governante é o Rio Grande do Sul, onde a governadora Yeda Crusius (PSDB) convive com um índice de rejeição superior a 40%. Eleita em 2006, Yeda assumiu o Palácio Piratini pregando “um novo jeito de governar” após mais de uma década de alternância do poder entre o PT e o PMDB. Na prática, passou a maior parte do tempo defendendo-se da sucessão de denúncias que estremeceram seu governo (leia quadro). “Os escândalos foram determinantes para a queda da popularidade da governadora, já que o Estado é historicamente politizado e polarizado”, analisa o cientista político Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Além disso, a eleição de Yeda foi quase um acidente de percurso”, completa, referindo-se à estratégia adotada à época pelo PMDB de deslocar votos para o PSDB na tentativa de tirar o PT do segundo turno.

Yeda acabou se beneficiando do equívoco estratégico do PMDB, mas ficou sem apoio à medida que as denúncias surgiram. Rompida com o vice, Paulo Feijó (DEM), precisou até neutralizar um movimento a favor de seu impeachment. Na reta final da campanha, enfrenta dois novos escândalos. No Banrisul, banco controlado pelo Estado, investiga-se o desvio de cerca de R$ 10 milhões, entre 2009 e 2010, por meio de superfaturamentos no departamento de ­marketing. No Piratini, a prisão de um sargento lotado na Casa Militar trouxe à tona um esquema de espionagem de políticos, empresários, jornalistas e até crianças, como o filho de 8 anos da deputada Stela Farias (PT).
“Agentes públicos podem se desviar do caminho”, argumentou Yeda durante debate na tevê na terça-feira 14. “Quando isso acontece, devem ser investigados. E é o que temos feito.” Ela respondia a questionamento de Aroldo Medina, candidato do pequeno PRP ao governo. Ao contrário de Medina, o principal adversário de Yeda na disputa, o ex-ministro Tarso Genro (PT) não tem citado as denúncias na campanha. “O Rio Grande do Sul está exaurido de crise política”, afirma Genro. No que diz respeito a crises e ocorrências policiais, pior que o Rio Grande do Sul só mesmo o Amapá, cujo governador e ex-governador estão na cadeia, em Brasília. São acusados de envolvimento num megaesquema de corrupção.

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