Ele vem pelo meio, dribla o primeiro homem da zaga, passa pelo segundo, aperta C + D para enganar o goleiro, e é gol! Quando não brilha nos gramados, a grande estrela do Barcelona e líder do time brasileiro Ronaldinho Gaúcho arma seus ataques no joystick. Não só ele. Todo ano são cinco milhões de cópias vendidas do joguinho de futebol mais popular do planeta, o Fifa 2006. Cansada de dividir o coração dos fanáticos com o concorrente Winning Eleven – famoso simulador de partidas de futebol para videogame PlayStation, que está na nona edição –, a Electronic Arts traz às prateleiras a melhor edição do game para computador já lançado.

Apesar da grande paixão que move os fãs do Fifa, muitos especialistas apontavam graves defeitos no game. As principais reclamações eram o excesso de defeitos gráficos, a falta de realismo e o que os craques do videogame chamam de baixa jogabilidade, que se traduz em limitado controle sobre os jogadores. Um desses “experts” é André Araújo, presidente da pernambucana Jynx Playware, que lançou em 2003 o FutSim, game que simula o gerenciamento de um clube de futebol exclusivamente online (www.futsim.com.br). Ali, o jogador comanda tudo, desde descobrir novos craques até puxar a orelha de seus auxiliares, e ainda tem a chance de fazer alterações no time durante a partida.

Teste – Com tanta experiência
em simulação, não é de estranhar
que o pernambucano Araújo sentisse certa frustração com a falta de
qualidade visual do jogo da
Electronic Arts. “O Fifa é um clássico, mas são nítidos os defeitos gráficos e isso desanima”, diz o presidente da Jynx, que desenvolve jogos para empresas. Até por isso, ele dá preferência ao Winning Eleven, em que tem melhor domínio sobre o time. Araújo testou uma versão preliminar do Fifa 2006 e aprovou as mudanças do game que chega às lojas em outubro por R$ 100. Todos os dias na hora do almoço, ele disputa com seus funcionários partidas tanto Fifa quanto Winning. “Almoçamos bem rápido e toda a equipe da Jynx se junta para jogar. Difícil é convencer o pessoal a voltar para o trabalho”, brinca o principal executivo da empresa.

Para matar a curiosidade dos fãs de plantão, o atual campeão do mundo de Fifa foi convidado para avaliar a versão preliminar do jogo. “Faltava precisão nos dribles e nos passes. Agora até a expressão facial dos jogadores melhorou. O jogo ficou mais complexo porque o computador dificulta os cruzamentos”, explica o craque dos teclados Thiago Carriço, 22 anos. Em dezembro do ano passado, o carioca que joga Fifa desde a primeira edição, de 1994, foi a Zurique, na Suíça, para receber o prêmio mundial ao lado de Ronaldinho Gaúcho.

Nessa mesma noite, o craque brasileiro do Barcelona foi eleito o melhor jogador do mundo. “Fiquei sem reação. Na sala de espera conversei um pouco com Ronaldinho sobre alguns truques e dribles no Fifa. Ele também joga bem”, compara Carriço. O craque Ronaldinho Gaúcho, que aos 19 anos já fazia parte da seleção canarinho, troca a habilidade das pernas pelas pontas dos dedos sempre que está de folga. “O Fifa me dá oportunidade de jogar as partidas que eu quiser, todos os dias da semana, mesmo quando estou longe do campo”, diz o jogador.

Além do domínio sobre os atletas em campo, que melhorou na versão 2006, o novo Fifa também ganhou mais realismo. Para estimular o esporte bretão entre os jovens, a fabricante estampou na capa do game a foto dos craques mundiais Ronaldinho, Wayne Rooney (artilheiro do Manchester United) e Lucas Podolski (artilheiro do FC Cologne), todos jogadores precoces. O game traz ainda o galáctico Robinho, já vestindo a camisa do Real Madrid, e a tão solicitada opção de jogar com grandes personalidades, como Zico, Carlos Alberto Torres, Leonardo, Franz Beckenbauer, Franco Baresi, entre outros.

Entre as novidades, há ainda novas formas de desarmar, driblar e proteger a bola. Para quem prefere ficar nos bastidores, o novo modo de gerenciamento permite que o jogador seja o técnico do time, comandando auxiliares, formando táticas e investindo em futuras estrelas do gramado. Também é possível criar um jogador personalizando até sua habilidade de dar passes. Dos extras, destaque para o caprichado clipe com os dez golaços da história do futebol.