Essa sexta-feira ficará marcada – e manchada! – como o dia em que, oficialmente, o Brasil chegará a 100 mil mortos pela Covid-19. Enquanto isso, o presidente da República continua sua cruzada em favor da cloroquina, assunto que nem as emas do Alvorada querem mais saber.

No Brasil de Bolsonaro, falta ministro da Saúde e sobram militares no governo; falta anestésico nos hospitais, mas chove cloroquina; faltam respiradores, mas pipocam acordos nas altas cortes de Justiça. Os brasileiros morrem sufocados e o grande líder diz “e daí?” ou simplesmente “vamos tocar a vida”.

Há dois meses morrem mais de mil pessoas por dia no País. São mais de mil famílias devastadas a cada 24 horas, e sem prazo para o pesadelo terminar. O Brasil, que se acostumou com 60 mil assassinatos por ano, não liga para mais nada e, ao que tudo indica, seu presidente está em sintonia com esse sentimento, ou melhor, com a ausência de.

Mentindo, como sempre, Bolsonaro disse que “há governadores que insistem em manter tudo fechado”. Desafio que nos diga qual! Nenhum estado do Brasil fechou tudo. Aliás, todos os estados não fecharam quase nada, daí o descontrole da pandemia por aqui. Escolhemos o pior dos caminhos: nem, nem. Nem abrimos, nem fechamos.

E o que fez o governo federal nestes quase seis meses? O que fez o presidente, além de mentir, causar aglomerações, não usar máscaras, propagandear remédio sem eficácia comprovada, demitir ministros e tentar romper com a democracia? Cinicamente diz que foi impedido pelo STF. Outra mentira!

Jair Bolsonaro entrará para a história como um patético negacionista, como uma espécie de psicopata. Será lembrado como um bobo que mostrava caixinha de remédio para militantes e aves. Um presidente que jamais demonstrou compaixão pelos doentes e enlutados. Uma lástima de ser humano.

Nesta triste sexta-feira, deixo meus sinceros sentimentos e total solidariedade a todos que sofrem as terríveis consequências desta maldita doença. Que Deus lhes conforte o coração e fortaleça o espírito. Amém.