Os Estados Unidos exigiram neste sábado à Venezuela que liberte imediatamente uma centena de “prisioneiros de opinião”, entre os quais está o opositor Leopoldo López, no último episódio das tensões diplomáticas entre ambos os países.

O Departamento de Estado reagiu assim à decisão da Justiça venezuelana, na quinta-feira, de ratificar em última instância a condenação de quase 14 anos de prisão contra o dirigente opositor Leopoldo López.

O presidente americano havia pedido sua liberdade um dia antes.

As relações entre Caracas e Washington já eram tensas durante a administração de Barack Obama, e este novo episódio é o primeiro entre ambos os governos desde a chegada de Donald Trump ao poder.

Através de um comunicado, o Departamento de Estado denunciou o fato de que “o governo venezuelano continua prendendo cidadãos de toda a sociedade venezuelana por suas convicções políticas”.

Segundo Washington, “mais de 100 destas pessoas estão na prisão”, entres as quais López, “o prefeito de Caracas Antonio Ledezma em prisão domiciliar há dois anos, o ex-prefeito Daniel Ceballos e vários estudantes, ativistas, jornalistas e manifestantes pacíficos”.

“Pedimos a libertação imediata de todos os prisioneiros de opinião, em respeito ao Estado de direito, à liberdade de imprensa, à separação de poderes constitucionais e ao restabelecimento de um procedimento democrático que reflete a vontade do povo”, protestou o porta-voz da diplomacia americana, Mark Toner.

A decisão judicial, emitida após a apelação apresentada em julho, foi notificada um dia depois da esposa de López, Lilian Tintori, ser recebida por Trump na Casa Branca.

Em sua primeira ação direta sobre a Venezuela, o presidente americano pediu na noite de quarta-feira, em seu Twitter, a libertação de López, e publicou uma foto em que aparece junto a Tintori, o vice-presidente Mike Pence e o senador Marco Rubio.