O governo Temer voltou a falar em aumento de impostos essa semana. Há uma proposta para aumento da alíquota do Imposto de Renda, além da velha conversa de taxar dividendos, que seria uma taxação dupla, uma vez que impostos já foram cobrados antes do lucro a ser distribuído. O argumento de que o fardo recai sobre os ricos não cola, pois sabemos que punir os ricos é punir também os mais pobres. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a medida não passaria no Congresso. Assim se espera! Mas seria o caso de perguntar: será que essa turma do “andar de cima” ainda não entendeu que os brasileiros não aceitam pagar mais impostos? Labutamos até maio só para sustentar um governo perdulário, incompetente e altamente corrupto. Não vemos contrapartida alguma, mesmo com uma arrecadação perto de 40% do PIB. Ao contrário: ficamos sabendo de todo tipo de desperdício, de descaso, de privilégio e de esquema imoral ou ilegal com os recursos públicos.

Chega a ser indecente cogitar mais impostos nessas condições. Entendo que economistas com cabeça de planilha olham a equação que não fecha e, para equilibrar o rombo primário de R$ 140 bilhões, só conseguem enxergar o aumento da arrecadação como solução, já que o corte de gastos depende de reformas “impopulares”. Mas essa é uma linha de raciocínio não só insensível, como míope.

Estão brincando com fogo. Diversas revoluções históricas tiveram como causa a insatisfação popular com governantes que abusaram do poder de taxação. A população trabalhadora está saturada, indignada, e não aceita mais pagar o pato. Vai ficar feio descumprir a meta? Que seja! Vai perder credibilidade com os investidores? É o jeito! Se a única forma de aprovar as reformas estruturais e cortar os gastos públicos para valer for sangrar mais no curto prazo, para ver se a classe política e os privilegiados acordam, então esse é um caminho melhor do que a alternativa. Subir impostos nem pensar!

A luta de classes existente no Brasil não tem nada a ver com aquela marxista, entre patrão e empregado, capital e trabalho. É uma luta entre privilegiados do setor público e trabalhadores, entre estado e indivíduo, entre marajás e produtores de riqueza, entre consumidores e pagadores de impostos. Pregar que o Leviatã avance ainda mais sobre nosso bolso é simplesmente absurdo e inaceitável.

Quem fala em aumentar imposto se torna automaticamente um inimigo do povo brasileiro. Pode ser sindicalista bandido, “estudante” da UNE, invasor do MST, mafioso do PT, economista tucano, investidor engravatado ou especialista do Banco Mundial: falou em mais imposto joga contra o Brasil. Devemos lutar pelo fim dos privilégios do setor público, e não por mais impostos para pagar por eles!

Diversas revoluções históricas tiveram como causa a insatisfação popular com governantes que abusaram do poder de taxação

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