Na batalha jurídica que coloca em jogo a sua permanência na elite do futebol brasileiro em 2017, a equipe de advogados do Vitória vai usar, diante dos juízes da Corte Arbitral do Esporte (CAS, sigla em inglês), o fato de o Internacional ter adulterado e-mails e mensagens aos apresentar dados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Quem faz o anúncio é Augusto Vasconcelos, diretor jurídico do time, que está na Suíça. “Certamente vamos usar isso. Esse será um dos temas tratados”, disse.

Nesta terça-feira, às 9h do horário local (4h de Brasília), começou a audiência decisiva para o Inter, que vai tentar sua última cartada para voltar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro depois de ter sido rebaixado à Série B dentro de campo no ano passado. Com uma equipe de advogados brasileiros e estrangeiros, o clube apresentará sua versão aos juízes da CAS, máximo tribunal esportivo e com sede em Lausanne, na Suíça.

“Temos a convicção de que o Vitória não cometeu qualquer irregularidade”, disse o representante do clube baiano, ao entrar para a audiência. “Temos a certeza de que o tribunal vai manter a decisão e o Vitória vai permanecer na primeira divisão. Infelizmente, o Inter tenta reverter o resultado que não obteve em campo através de uma manobra jurídica”, insistiu.

O time gaúcho foi rebaixado no ano passado. Mas, desde então, vem alegando que o Vitória entrou em campo com o jogador Victor Ramos de forma irregular, depois de não o registrar como uma transferência internacional. Se isso for comprovado, o time baiano poderia ser punido com a perda de pontos e, assim, entraria na lista de clubes rebaixados em 2016, no lugar do Inter.

No Brasil, o caso foi arquivado. Um golpe ainda foi a decisão do STJD de anunciar que os documentos que o Inter havia apresentado estavam adulterados. Isso incluía e-mails e outras comunicações. Esse será um dos pontos da defesa do Vitória, na esperança de convencer os árbitros internacionais da suposta manipulação do Inter.

Confiante, a equipe de Porto Alegre contava com Rogerio Pastl, Diego do Canto e Gustavo Juchem, além de dois advogados estrangeiros. Para eles, a mera realização da audiência na Suíça já é uma “vitória”.

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Os advogados do Internacional conseguiram convencer a CAS sobre a necessidade de se antecipar um julgamento. No planejamento original apresentado pelo tribunal para os meses de março e abril, o caso “Victor Ramos” não aparecia na agenda. Mas, com as Séries A e B do Brasileiro começando no início de maio, os advogados do Inter justificaram que uma decisão era necessária.

Para esta terça-feira, a CAS estima que a audiência com os advogados do Inter, do Vitória e da CBF possa levar sete horas. Mas uma decisão não deve ser anunciada neste mesmo dia.

Entre as possibilidades, os árbitros podem simplesmente punir o Vitória, com uma multa e a retirada de pontos. Mas também podem apenas ordenar ao STJD que reabra o caso e examine as provas de ambas as partes.


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