As quatro pessoas que embarcarão na primeira expedição humana a Marte já têm o que vestir para evitar a morte por frio, sufocamento ou até mesmo a explosão de seus corpos. A empresa holandesa Mars One anunciou na terça-feira 15 que o traje dos astronautas da expedição, que deve ocorrer em 2026, está pronto. O desafio foi complexo: os especialistas criaram técnicas para que novas vestimentas fossem produzidas no próprio planeta, de acordo com a necessidade de cada astronauta, já que não há data de retorno do grupo para a Terra. Além de, claro, manter os viajantes vivos em temperaturas que podem chegar a -140°C em um ambiente totalmente inóspito. Teoricamente, a ideia é que a cada 26 meses um novo grupo de quatro pessoas aterrisse em Marte e, lá, comece uma tentativa de colonização. O objetivo é fazer do planeta vermelho um novo lar para os humanos.

Como será a roupa

*Capacete transparente e resistente a impactos e um sistema modular que permita que cada parte seja substituída
na superfície marciana

*Será possível colocá-lo em 30 minutos sem assistência e em 10 minutos com ajuda

*Não demora mais do que quatro horas para recarregar e permite operar por oito horas sem ser ligado a outros sistemas

*É capaz de lidar com temperaturas entre -128ºC e 77ºC

Uma das mais importantes soluções foi a criação de uma impressora 3D que pode imprimir peças da vestimenta do traje espacial. O macacão branco, que segue o modelo típico do estereótipo do astronauta, poderá ser usado por oito horas seguidas, com 45 minutos de uso de emergência. Recarregar a bateria dos sistemas, que incluem controle de temperatura e pressão e de renovação do ar, levará no máximo quatro horas. A roupa também tem uma estrutura de proteção contra radiação solar, uma fonte de água potável e de alimentação com alto teor energético. A tecnologia vem sendo desenvolvida pela Paragon Space Development Corporation desde 2013.

Perigo à vista
O anúncio do traje espacial dá a entender que os problemas da Mars One estão resolvidos, mas não é bem assim. Ainda que garanta a sobrevivência dos astronautas em Marte, há uma série de estudos mostrando que a probabilidade de todos os participantes da missão morrerem em alguns meses é altíssima. Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) afirmaram, em um estudo científico, que o primeiro óbito deve acontecer no 68° dia de missão, por asfixia. Mais uma polêmica para alavancar o projeto da empresa que, entre outros produtos relacionados à expedição, pretende lançar um reality show direto de solo marciano.

A ideia é que a cada 26 meses um novo grupo de quatro pessoas aterrisse em Marte e lá comece uma tentativa de colonização