Familiares de opositores presos na Venezuela solicitaram nesta terça-feira ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) “atenção humanitária” após a morte de um vereador que sofreu um AVC na prisão.

“Pedimos que atendam os casos dos presos políticos que se encontram em graves condições de saúde. Estamos enviando um alerta internacional”, disse em nome de um grupo de familiares Lilian Tintori, esposa do dirigente Leopoldo López, em prisão domiciliar.

O pedido ao CICV enfatiza que 19 opositores que estão na prisão sofrem de câncer, insuficiência renal ou malária e que, segundo Tintori, não recebem das autoridades tratamento médico adequado.

No domingo, o vereador Carlos García, de 44 anos, morreu em um hospital de San Cristóbal, para onde foi levado em 18 de agosto.

De acordo com seus familiares, García sofreu no início de agosto um acidente vascular cerebral (AVC) no Serviço de Inteligência (Sebin) na localidade de Guasdualito, mas a transferência a um hospital demorou porque “acharam que estava fingindo”.

Tintori ratificou denúncias de “maus-tratos e torturas” a “presos políticos”, que a oposição cifra em quase 600.

“Devem garantir as condições mínimas, como o respeito aos direitos fundamentais, alimentação, luz solar, atenção médicas, visitas familiares”, destacou.

O procurador-geral, Tarek William Saab, ordenou à unidade de Direitos Humanos do Ministério Público que investigue a morte de García, que segundo a Suprema Corte pode ser decorrente de uma “enfermidade infecciosa imunodeficiente”.