As eleições regionais na Venezuela serão realizadas em outubro e não em dezembro como o previsto, segundo ordenou neste sábado a Assembleia Constituinte que rege o país como um “suprapoder” desde a semana passada.

A Constituinte decretou “reprogramar para o mês de outubro de 2017 o processo eleitoral para escolher governadores” de estado, segundo um acordo aprovado por unanimidade pelos constituintes e lido por um dos vice-presidentes do órgão, Isaías Rodríguez.

O texto não fixa uma data exata, mas a conta do Twitter da Constituinte apontou a sexta-feira, 10 de outubro, como dia provável depois que seu membro, Earle Herrera apresentou a proposta.

Herrera argumentou que o adiantamento das eleições serviria para baixar a tensão nas ruas, após quatro meses de protestos opositores que exigem eleições gerais e deixaram 125 mortos.

As eleições regionais estavam previstas para dezembro do ano passado, mas foram prorrogadas sem qualquer explicação, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) -acusado de servir ao governo-, que em maio as jogou para dezembro desse ano.

Na quarta-feira, perto do encerramento do prazo, a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) decidiu inscrever candidatos para as eleições regionais, mas advertiu que manterá suas manifestações contra Maduro. Neste sábado, seus partidários marcham no leste de Caracas.

A MUD se negou a participar nas eleições da Constituinte, argumentando que ela se trata de uma manobra para perpetuar Maduro no poder e que o sistema de votação era “fraudulento”.

O mandato de Maduro terminará em janeiro de 2019, mas a Constituinte legislará pelo menos por dois anos.