ROMA, 25 ABR (ANSA) – Com o “não” dado pelos trabalhadores a um pré-acordo que previa quase 1 mil demissões para salvar a Alitalia, a maior companhia aérea italiana entrou em um caminho incerto e tortuoso que pode levá-la à falência.   

Embora a empresa não seja estatal, seu destino está agora nas mãos do governo, que, assim que receber o pedido formal de intervenção por parte do grupo, nomeará de um a três comissários para decidir seu futuro.   

Confira abaixo os possíveis cenários para a Alitalia: Venda – Uma das hipóteses seria simplesmente vender a companhia inteira para terceiros, sejam italianos ou estrangeiros. No entanto, um eventual comprador teria de manter seus 12,5 mil funcionários por pelo menos dois anos, além de lidar com uma operação altamente endividada e que só dá lucro nos meses do verão europeu – em 2016, a Alitalia teve prejuízo de 400 milhões de euros.   

Nenhuma companhia demonstrou interesse publicamente em adquirir o grupo italiano, embora a imprensa local tenha publicado que a Lufthansa poderia se oferecer. Contudo, a empresa alemã disse que não comenta “especulações”. Além disso, se a Alitalia tiver sua falência decretada, possíveis interessados poderiam comprar seus ativos separadamente e por um preço menor.   

O governo também descarta “nacionalizar” a companhia, ou seja, torná-la novamente estatal.   

Continuidade – Os comissários designados pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico ainda podem decidir manter a configuração atual da Alitalia e tentar recuperá-la. Para isso, será preciso obter financiamentos de terceiros, mas tal solução também exigirá encontrar alguém disposto a colocar dinheiro na companhia.   

O governo anunciou nesta terça-feira (25) que negociará com a União Europeia um “empréstimo-ponte” para manter a liquidez da empresa e garantir o pagamento dos credores. Essa ajuda pública teria prazo limitado de seis meses e, segundo o ministro do Desenvolvimento Econômico Carlo Calenda, “condições muito específicas”.   

A Itália pretende usar como argumentos para convencer Bruxelas – que restringe socorros estatais a grupos privados – o fato de que a Alitalia estará em administração extraordinária e desenvolve um serviço público essencial. Manter seus aviões no chão poderia representar um problema sério para o transporte aéreo na Europa.   

De acordo com o jornal “Corriere della Sera”, a companhia tem liquidez apenas até a metade de maio.   

Falência – A hipótese mais radical é também a mais provável no momento, devido ao tamanho da crise. Se a Alitalia entrar em falência, seus funcionários serão demitidos e ganharão dois anos de seguro-desemprego e seus ativos serão vendidos separadamente.   

(ANSA)