O verdadeiro templo do rock! Assim pode ser classificado o penúltimo dia do Rock in Rio. Com shows estrondosos, The Who e Guns N’ Roses fizeram apresentações recheadas de clássicos. Quem abriu os trabalhos no Palco Mundo, entretanto, foi a banda brasileira Titãs. Com um rock moderno e bem arejado, o Incubus também teve uma performance segura. No Palco Sunset, o destaque ficou por conta do Cidade Negra & Maestro Spok & DigitalDubs. Juntos, eles fizeram uma bela homenagem a Gilberto Gil. O cantor norte-americano Ceelo Green também fez uma performance cheia de energia com seus sucessos cheios de força.

Quabales & Margareth Menezes

O Palco Sunset apresentou o grupo percussivo Quabales, projeto social baiano que forma jovens músicos e teve como convidados um alicerce do axé e do samba reggae, Margareth Menezes, e o vocalista do NX Zero, Di Ferrero. A presença dele, inusitada e não anunciada, foi muito aplaudida pelos roqueiros jovens da plateia.

Cidade Negra & Maestro Spok & DigitalDubs

O Cidade Negra foi protagonista do segundo show deste sábado do Palco Sunset. Com energia, o grupo fez apresentação dedicada a músicas de Gilberto Gil ao lado do maestro e saxofonista Spok e do sound system da equipe Digital Dubs. Mantendo a base das gravações originais e incorporando intervenções de metais e percussão, a performance agitou a plateia, seduzida pelo repertório de sucessos.

Bomba Estéreo e Karol Conka

Com um amplo respaldo internacional e credenciada em outros grandes festivais mundo afora, a banda colombiana Bomba Estéreo estreou no Rock in Rio com várias camadas de seu som tropical eletrônico. A rapper curitibana Karol Conka dividiu o palco com a banda na maior parte do show, e durante as músicas da MC foi que o público reagiu com mais vigor.

CeeLo Green e Iza

Daqui a alguns anos, quando a edição de 2017 do Rock in Rio entrar para a história, dois serão os grupos levados em conta: aqueles que fizeram apresentações épicas na Cidade do Rock, caso de Nile Rodgers, BaianaSystem, Johnny Hooker, Skank e Alice Cooper, e aqueles que caíram no esquecimento. O cantor norte-americano CeeLo Green se encaixa com maestria no primeiro quesito. Quem roubou a cena foi a cantora brasileira Iza, que teve uma participação brilhante e um discurso bastante político. A banda Quabales, que já havia tocado mais cedo no mesmo Palco Sunset, com Margareth Menezes, também encorpou o som e fez a combinação funcionar.

Titãs

Lugar Nenhum, Diversão, AA UU, Televisão, Sonífera Ilha, Cabeça Dinossauro, Homem Primata, Epitáfio, Flores, Bichos Escrotos. Um setlist para levar ao delírio qualquer fã dos Titãs – e fazer cantar praticamente todo brasileiro urbano de 20 e poucos a 50 e poucos anos que tenha crescido com uma TV ligada em casa.

Incubus

Não faltaram clássicos. No set, canções que qualquer ex-jovem alternativo com aproximadamente 30 anos saberia cantar do começo ao fim. O Incubus, segunda banda a se apresentar no Palco Mundo na noite deste sábado, fez um show bom e correto. A catarse esperada, no entanto, não veio. Tudo porque as atrações seguintes seriam ninguém menos do que o The Who e o Guns N’ Roses. Justificável. O público do Incubus não é o mesmo dos dois dinossauros citados acima.

The Who

“Fucking, fucking Rio!” – marque, porque essas foram as primeiras palavras que Pete Townshend falou no Rio de Janeiro como membro ativo e atuante do The Who. Uma das bandas mais importantes da história subiu ao Palco Mundo para apresentar uma lista de sucessos sem igual, a mesma lista que fez surgir um milhão de bandas depois dessa: muitas delas que talvez você goste mais do que o próprio Who, mas que talvez nunca tivessem nascido se esse mesmo Pete Townshend que subiu ao Palco na noite desse sábado não tivesse quebrado sua guitarra num pub lá na metade dos anos 1960.

Guns N’ Roses

Os hits que fazem um show massivo. E eles vieram aos montes. Cantou-se até esgotar as cordas vocais com Mr. Brownstone, Welcome to the Jungle, Rocket Queen, You Could Be Mine, Civil War, Sweet Child O’ Mine, Used to Love Her, November Rain, Nightrain, Patience e Don’t Cry. A Cidade do Rock, que nunca esteve tão cheia, jamais cantou tão alto. Foi mais do que uma redenção. Foi a apresentação que se esperava de uma banda capaz de encher esse espaço de fãs, com uma discografia diminuta e poderosa, com canções icônicas e integrantes tão fundamentais para a história do rock.