25/09/2017 - 10:45
CIDADE DO VATICANO, 25 SET (ANSA) – A Secretaria de Comunicação da Santa Sé bloqueou o acesso ao site que tem promovido uma campanha para acusar o papa Francisco de cometer sete heresias.
O portal (https://www.correctiofilialis.org) foi colocado no ar por 40 cléricos católicos e acadêmicos leigos que enviaram uma carta de 25 páginas ao papa Francisco, acusando-o de cometer sete heresias em sua exortação apostólica “Amoris Laetitia”.
A carta fora enviada a Jorge Mario Bergoglio em 11 de agosto e, até o momento, o Pontífice não a respondeu. Através do site, cidadãos do mundo todo podem aderir à carta, que já ganhou mais adeptos e agora conta com a assinatura de 62 clérigos e acadêmicos de 20 países. Dos computadores do Vaticano, a página não pode ser acessada em nenhuma de suas versões, nos idiomas inglês, italiano, espanhol, francês, alemão e português. No entanto, fora do perímetro do Vaticano, o site continua no ar. “O acesso à página da web que você está tentando visitar está bloqueado devido às políticas de segurança institucionais”, alerta uma mensagem dos computadores da Santa Sé. Técnicos de informática do Vaticano explicaram que o site, pode, sim, ser acessado para leitura, mas que não é possível firmar a petição com um IP de dentro da Santa Sé. De acordo com eles, o filtro aplicado à página é o mesmo utilizado por empresas para evitar conteúdos sexuais ou compra de produtos em lojas virtuais. A campanha lançada pelo site “Correctio Filialis” diz que Francisco, na exortação apostólica Amoris Laetitia, lançada em abril de 2016, manteve sete posições heréticas referentes ao casamento, ao divórcio e nulidade do matrimônio, à vida moral e à recepção dos sacramentos, resultando na difusão dasmesmas no interior da Igreja Católica. A campanha também diz que Francisco adotou uma postura modernista, aproximando-se demais das ideias defendidas por Martinho Lutero, pai da reforma protestante que se revoltou contra vários dogmas do catolicismo romano. “Aqueles católicos que não compreendem claramente os limites da infalibilidade papal estão expostos a ser conduzidos pelas palavras e atos de Sua Santidade a um erro dos mais desastrosos: ou chegarão a adotar as heresias ora propagadas, ou, conscientes de que essas doutrinas são contrárias à Palavra de Deus, duvidarão ou negarão as prerrogativas dos Papas”, diz o documento, solicitando uma correção de Francisco. (ANSA)