A Vale tem em sua agenda futura o desenvolvimento de projetos de exploração mineral no Brasil, no Canadá e na Indonésia, afirmou nesta quinta-feira, 23,o presidente da companhia, Murilo Ferreira, em teleconferência com analistas. “Temos coisas de grande porte, mas não são coisas para amanhã”, disse. Ferreira destacou, entretanto, que a Vale manterá a disciplina e, mesmo que esteja em uma situação de caixa favorável, não investirá em projetos que podem não trazer retorno. “Não vamos desviar dessa disciplina. Sem um projeto de classe mundial mandamos o dinheiro de volta para o acionista, que é o melhor destino que pode ter”, afirmou Ferreira. O executivo voltou a dizer que a Vale quer ser uma grande pagadora de dividendos. Mercado transoceânico Em 2018, a Vale responderá por 50% ou mais do minério de ferro do mercado transoceânico do mundo, disse o diretor executivo de Ferrosos da companhia, Peter Poppinga, em teleconferência com analistas. O executivo disse que, no final do ano que vem, a companhia atingirá um ritmo de produção anual de 400 milhões de toneladas. “Não será a Vale que irá desequilibrar essa equação de oferta e demanda”, destacou o executivo, lembrando que a companhia seguirá, assim, com a atenção voltada à maximização de valor em suas vendas. CSA Por conta de uma cláusula de “earn out” que a Vale detinha com a ThyssenKrupp, a mineradora brasileira terá dinheiro a receber com a venda da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para a Ternium, uma operação informada na noite de terça-feira. A Ternium, uma das sócias controladoras da Usiminas no Brasil, comprou a CSA por 1,5 bilhão de euros, considerando uma dívida da CSA com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de cerca de 300 milhões de euros. No entanto, o total a receber tem um redutor por conta de um valor de empréstimos intercompanhias. “A Thyssen deve nos informar sobre o contrato nos próximos dias”, disse Ferreira. A Vale, que tinha cerca de 27% da CSA, vendeu sua participação da companhia para o grupo alemão por um valor simbólico de R$ 1. Carajás Peter Poppinga disse que o minério de ferro de Carajás está hoje com um prêmio de US$ 13 por tonelada e que sua avaliação é que esse panorama deverá continuar. “O preço do carvão parece ter chegado a um equilíbrio com os boatos de que a China será mais restritiva em sua política e com a tendência de produtividade maior”, comentou. Já o chamado brazilian blend, disse, está hoje com um prêmio entre US$ 2 a tonelada e US$ 3 a tonelada. S11D Poppinga contou que o projeto S11D, que iniciou sua produção no final do ano passado, está em fase de ramp up (aumento de produção) e que nos últimos trinta dias a produção no local foi de 1 milhão de toneladas. “O ramp up está indo muito bem com 85% de progresso físico na média e 97% na mina”, disse.


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