Pesquisadores brasileiros e americanos anunciaram na última semana um progresso importante no combate ao vírus zika. Trabalhando em dois times, eles desenvolveram duas vacinas extremamente promissoras. Em uma única dose, cada uma garantiu a cobaias proteção total contra o vírus. É o mais expressivo resultado obtido até agora na luta pela criação de um imunizante, considerada prioridade mundial pela Organização Mundial de Saúde. Os trabalhos estão descritos na última edição da revista científica Nature.

161 mil casos de zika foram registrados no Brasil até o mês de maio, segundo o Ministério da Saúde
161 mil casos de zika foram registrados no Brasil até o mês de maio, segundo o Ministério da Saúde

O primeiro grupo uniu cientistas da Universidade de São Paulo, da Universidade de Harvard e do Beth Israel Deaconess Medical Center, dos Estados Unidos. Eles produziram uma vacina a partir da cópia sintética do trecho do material genético do vírus que permite que ele seja reconhecido pelas células defesas. Foi analisado o vírus circulante no Brasil. A segunda equipe é do Instituto de Pesquisa Walter Reed, do exército americano, e usou um vírus inativado do tipo predominante em Porto Rico. Nos dois casos, as cobaias foram vacinadas. Parte foi exposta ao zika um mês após e o restante, dois meses depois.

Em ambas as situações não houve um só caso de contaminação. “A vacina garantiu 100% de proteção”, afirmou o pesquisador Jean Pierre Peron, da Universidade de São Paulo. A próxima etapa será testar as vacinas em primatas e só então preparar os testes em humanos. Um dos objetivos será saber se os remédios teriam poder para impedir a infecção dos fetos. (C.P)


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