Chicago, 30/03 – O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) deve prever um aumento da área semeada com soja e uma redução da área plantada com milho em 2017/18, de acordo com a média das estimativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. O relatório sobre intenções de plantio que o USDA publica nesta sexta-feira, 31, é o primeiro do ano baseado em pesquisas junto a produtores.

De acordo com analistas, a área semeada com soja na temporada 2017/18 deve ser estimada em 88,128 milhões de acres (35,66 milhões de hectares), de 83,433 milhões de acres (33,76 milhões de hectares) no ciclo anterior. Em fevereiro, durante o Fórum de Perspectivas Agrícolas, o governo dos EUA tinha projetado a área em 88 milhões de acres (35,6 milhões de hectares).

Quanto à área plantada com milho, o USDA deve projetar uma redução para 91,034 milhões de acres (36,84 milhões de hectares), de 94 milhões de acres (38 milhões de hectares) na temporada 2016/17. No mês passado, a área de milho foi estimada em 90 milhões de acres (36,42 milhões de hectares).

Analistas esperam que produtores respondam a pressões econômicas plantando mais soja em detrimento do milho e do trigo de primavera. O custo de produção de soja nos EUA é mais baixo que o do milho e, além disso, a oleaginosa se beneficia da demanda robusta de países como a China.

A migração para a soja faz sentido para agricultores em dificuldade, disse Dan Hueber, do The Hueber Report, observando que o aumento previsto não é assim tão grande se forem considerados os riscos de danos durante o desenvolvimento da safra.

Segundo analistas, qualquer número abaixo de 88 milhões de acres deve ser positivo para a soja, enquanto um número mais alto deve pressionar ainda mais as cotações.

Já a área semeada com trigo no país deve somar 46,059 milhões de acres (18,64 milhões de hectares), uma redução de 8% ante os 50,2 milhões de acres (20,3 milhões de hectares) de 2016. Caso a previsão se confirme, este será o terceiro ano seguido de queda da área plantada com o cereal. Nos últimos anos, com o excesso de oferta global, o grão norte-americano ficou menos competitivo do que o produzido na Europa e na região do Mar Negro, disseram observadores.

O USDA também publica na sexta-feira seu relatório trimestral de estoques. De acordo com os analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, as reservas domésticas de soja em 1º de março deste ano devem ser estimadas em 1,679 bilhão de bushels (45,7 milhões de toneladas), em comparação a 1,531 bilhão de bushels (41,67 milhões de t) um ano antes e 2,895 bilhões de bushels (78,8 milhões de t) em 1º de dezembro de 2016.

O governo dos EUA deve estimar que os estoques de milho somavam 8,551 bilhões de bushels (217,2 milhões de t) em 1º de março de 2017, de acordo com os analistas, ante 7,822 bilhões de bushels (198,68 milhões de t) na mesma data do ano anterior. Em 1º de dezembro de 2016, essas reservas eram de 12,384 bilhões de bushels (314,6 milhões de t).

Já os estoques de trigo em 1º de março devem ser estimados em 1,622 bilhão de bushels (44,15 milhões de t), em comparação a 1,372 bilhão de bushels (37,34 milhões de t) um ano antes e 2,073 bilhões de bushels (56,4 milhões de t) em 1º de dezembro do ano passado. Fonte: Dow Jones Newswires.