São Paulo, 12/4 – A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou nesta quarta-feira, 12, que a importação de etanol pelo Centro-Sul do Brasil totalizou 476,88 milhões de litros na safra 2016/17, encerrada oficialmente em março. Descontando-se esse montante da exportação total, de 1,35 bilhão de litros, a região obteve na temporada um saldo positivo de embarques de 880,53 milhões de litros. Em meio às discussões sobre a compra externa do biocombustível, a entidade afirmou que “o volume importado representou apenas 4,73% do total de etanol anidro combustível comercializado pelas unidades produtoras”.

As declarações, divulgadas juntamente com o relatório final da safra 2016/17, ocorrem após a Unica defender uma taxa de 16% sobre as importações de etanol como forma de controlar a “inundação” do produto estrangeiro no mercado doméstico e a consequente queda de preços. Só no primeiro trimestre deste ano foram interlaizados cerca de 735 milhões de litros (+413%) por todo o País, um recorde, segundo os dados mais recentes do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

A proposta da entidade, levada à Câmara de Comércio Exterior (Camex), gerou críticas por parte dos produtores, principalmente os do Norte/Nordeste, que defendem uma tarifa de 20%. Mas, de acordo com a associação, a menor moagem naquela região “exigiu um incremento da importação de etanol para atendimento do consumo”.

Conforme a Unica, o volume total de etanol armazenado pelas unidades produtoras do Centro-sul no fim de março é suficiente para atender a demanda doméstica e respeita as obrigações estabelecidas pela Resolução ANP nº 67/2011. “Além do volume de etanol importado, cerca de 49 milhões de litros de etanol hidratado foram convertidos em etanol anidro no período de janeiro a março de 2017. O volume de etanol anidro armazenado nas usinas e a quantidade de produto reprocessada indicam que não houve excesso de importação durante a entressafra. Em verdade, a queda nos preços observada no produto desde o início de janeiro de 2017 está associada principalmente ao restabelecimento no PIS/Cofins cobrado sobre o etanol e à demora no repasse de preços para o consumidor”, finalizou a Única.

No trimestre, as cotações do anidro e do hidratado recuaram 14%.