Com o uso de tecnologia de satélites e de um drone, a Unesco realiza um mapeamento do sítio arqueológico de Tiwanaku, berço de uma cultura milenar pré-incaica na Bolívia, para estabelecer se há mais estruturas líticas ou outras construções enterradas.

O arqueólogo e consultor do escritório da Unesco, Ignacio Gallego, explicou na terça-feira à AFP que na véspera foi feito um trabalho de medição com um drone neste local religioso.

A civilização de Tiwanaku é uma das mais longevas do mundo, e se estendeu por 15 séculos, de 400 a.C. até 1172 d.C.

“O mapeamento do sítio permitirá guiar as pesquisas e pensar em projetos futuros”, afirmou Gallego, que detalhou que o equipamento tecnológico utilizado pode fornecer “informações de estruturas de pedra enterradas”.

O arqueólogo acredita que se verá estruturas variadas. “O tipo de informação que poderá nos dar é sobre edificações e canais” que poderiam existir, afirmou.

Tiwanaku, 70 km ao oeste de La Paz e próximo ao Lago Titicaca, chegou a ter, no seu auge, uma extensão aproximada de 400 a 600 hectares. O complexo religioso conhecido atualmente abrange cerca de 30 hectares e abriga a conhecida “Puerta del Sol”, a “Pirâmide de Akapana”, o “Templo de Kalasasaya” e outras estruturas líticas.

Gallego complementou que no complexo arqueológico, patrimônio da Unesco, “há zonas não compreendidas no declaratório” e que o trabalho de medição sobre uma superfície de 400 hectares permitirá ter uma visão mais completa do que o lugar pode ter sido.

“O drone vai nos permitir obter uma série de produtos, principalmente de uma topografia detalhada e uma série de imagens que, uma vez trabalhadas em laboratório, vão facilitar informações”, por exemplo sobre estruturas enterradas, disse.

O projeto da Unesco é coordenado com o Centro de Pesquisas Arqueológicas, Antropológicas e Administração de Tiwanaku (Ciaaat) e é financiado com fundos doados pelo governo do Japão.