A União Europeia anunciou nesta quinta-feira o início de sua missão de formação de guardas líbios, no contexto de sua operação naval Sofia, contra os traficantes de seres humanos, executada na costa líbia.

“Hoje começamos a formação dos guardas líbios (…), uma etapa muito importante”, ressaltou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, à sua chegada a uma reunião de chanceleres da Otan em Bruxelas.

Um primeiro grupo de 78 guarda-costas se formará a bordo de dois buques da UE situados em águas internacionais em frente ao litoral da Líbia, segundo um comunicado da UE.

O comando dessa operação naval europeia defendia o início efetivo dessa missão de formação há um mês, mas o governo líbio de unidade nacional só transmitiu no início de outubro uma lista com os candidatos.

A operação Sofia permitiu a detenção de 96 traficantes de seres humanos e a neutralização de 337 embarcações desde outubro desse mesmo ano.

A missão europeia permitiu salvar “mais de 29.300 vidas em cerca de 200 operações de resgate”, um número que aumenta para 41.200 migrantes se forem consideradas as operações das ONGs que a Sofia apoia, informou o comunicado.

De acordo com as Nações Unidas, “pelo menos 3.800 pessoas” morreram ou desapareceram no mar Mediterrâneo desde o começo do ano, um novo recorde histórico.

A Aliança Atlântica, que já apoia a UE em sua gestão da crise migratória, se comprometeu a aumentar seu apoio logístico e de informação à operação Sofia.

No marco dessa missão de apoio batizada “Guardião do Mar”, Itália e Espanha se comprometeram a fornecer meios aéreos, enquanto Grécia e Turquia contribuirão com barcos “a partir de 7 de novembro”, afirmou o secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg.