A crise entre a Ucrânia e a Rússia invadiu o âmbito do Festival da Canção Eurovisión após a decisão ucraniana de proibir a entrada da candidata russa no país, uma cadeirante que iria participar da competição na edição de 2017 em Kiev.

As autoridades ucranianas recriminam a atitude de Yuliya Samoilova, de 27 anos, por ter participado de um concerto, em junho de 2015, na Crimeia, um ano após a anexação russa dessa península que integrava a Ucrânia.

“Os serviços especiais ucranianos (SBU) proibiram por três anos a entrada de Yuliya Samoilova na Ucrânia. A decisão acaba de ser tomada”, contou por telefone à AFP uma porta-voz do SBU, Olena Giftlyanska.

Essa decisão dos serviços especiais desencadeou imediatamente a irritação da Rússia, onde o festival faz muito sucesso.

O vice-ministro de Relações Exteriores russo, Grigori Karassin, citado pela agência Interfax, denunciou a proibição como um “novo ato repugnante, cínico e desumano das autoridades de Kiev”.

Organizadora do concurso, a União Europeia de Rádio-televisão (UER) manifestou-se em comunicado: “devemos respeitar as leis do país anfitrião, mas estamos profundamente decpcionados por essa decisão que contradiz com o espírito do concurso e a noção de acolhimento que faz parte dos seus valores”.

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Samoilova, que encontra-se incapacitada em uma cadeira de rodas, foi selecionada no dia 12 de maio pela Rússia para interpretar no Eurovisión uma balada romântica.

País anfitrião do concurso por causa da sua vitória na edição em 2016, a Ucrânia advertiu prontamente que pretendia proibir a entrada de Samoilova em seu território, interpretando isso como uma “provocação russa”.

Conhecido por suas músicas melosas, o concurso Eurovisión é frequentemente agitado por tensões políticas.

A Rússia e a Ucrânia mantêm relações tensas após a anexação da Crimeia por Moscou, essa que ocorreu por meio de um conflito armado no leste ucraniano entre o exército de Kiev e os separatistas pró-Rússia.


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