A proposta de Theresa May sobre os direitos dos expatriados europeus no Reino Unido após o Brexit poderia “agravar” a situação destas pessoas no país, advertiu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

“Minha impressão é que a oferta britânica está abaixo de nossas expectativas e poderia agravar a situação de nossos cidadãos no Reino Unido”, afirmou Tusk ao final de uma reunião de cúpula dos governantes europeus em Bruxelas.

Para o presidente do Conselho Europeu, que coordena os 28 chefes de Estado e de Governo, “os direitos dos cidadãos são a prioridade da UE de 27” países nas negociações de divórcio com o Reino Unido, que começaram na segunda-feira.

Os líderes da União Europeia receberam com cautela nesta sexta-feira a proposta da primeira-ministra britânica Theresa May para os cidadãos europeus que moram no Reino Unido uma vez consumado o Brexit, uma oferta criticada pelos principais afetados.

“É um primeiro passo, mas este passo não é suficiente”, afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que desta maneira concordou com a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou na véspera a proposta de May um bom começo, mas que deixa questões em aberto.

Londres propõe conceder aos cidadãos da UE um “estatuto definitivo” com direito à residência permanente desde que vivam há cinco anos no país, medidas que espera que sejam “recíprocas” para os britânicos que vivem no restante do bloco.

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Mas a oferta de May gera dúvidas entre seus pares, incluindo qual a data será utilizada como base para determinar os cinco anis: a notificação oficial do Brexit em 29 de março de 2017, a saída efetiva em 2019 ou algum momento entre ambas?

Após mais de 40 anos de união, mais de três milhões de cidadãos da UE vivem no Reino Unido e quase um milhão de britânicos residem nos demais países do bloco, a maioria na Espanha.


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