A administração do presidente Donald Trump reafirmou neste domingo que o financiamento de seu muro na fronteira com o México é condição para a aprovação do orçamento americano, correndo o risco de gerar uma paralisação no governo se as negociações fracassarem.

O magnata republicano espera que o Congresso aprove nos próximos dias uma parte do financiamento do muro, promessa emblemática de sua campanha.

Se não houver acordo, o governo corre o risco de ficar paralisado no próximo sábado, quando completarem os 100 primeiros dias da gestão Trump, o que ocasionaria o fechamento de fato das agências governamentais.

Trump insistiu no Twitter que o México “eventualmente” pagará pelo muro, “mas mais adiante, de modo que podemos começar antes”.

“Os democratas não querem que dinheiro do orçamento vá para o muro na fronteira apesar do fato de que ele vai deter as drogas e membros muito maus da MS-13”, tuitou, em referência à gangue centro-americana Mara Salvatrucha.

O diretor de orçamento, Mick Mulvaney, estendeu a mão à oposição democrata ao assegurar que a Casa Branca está disposta a fazer concessões na reforma do seguro saúde Obamacare em troca de obter o financiamento.

Caso o muro não obtenha o financiamento, será que Trump estará disposto a vetar o orçamento?

“Ainda não sei”, respondeu Mulvaney ao canal Fox News. “Estamos defendendo nossas prioridades e oferecendo aos democratas algumas de suas prioridades também”.

“Não desejamos uma paralisação e esta não é uma ferramenta, não é algo que queremos que aconteça”, acrescentou.

Os democratas não parecem inclinados a aproveitar esta oportunidade.

“Pensar que [Trump] poderia considerar paralisar o governo dos Estados Unidos da América por sua proposta excêntrica de construir um muro na fronteira […] seria o cúmulo da irresponsabilidade”, denunciou o senador democrata Dick Durbin à emissora CNN.

O secretário de Segurança Interior, John Kelly, estimou ao canal CBS que o financiamento do muro “merecia verdadeiramente uma dura negociação”.

“Isso nos ajudará a cumprir a promessa que o presidente fez ao povo americano. Isso é o que querem”, afirmou o procurador-geral, Jeff Sessions, à emissora ABC.