Donald Trump declarou que não vai esperar um ano, ou um ano e meio, para construir o muro com o México – o que prometeu fazer rapidamente – e garantiu que o país vizinho pagará pela obra de uma maneira, ou de outra, possivelmente por impostos.

“Não é uma cerca. É um muro”, afirmou Trump em sua primeira coletiva de imprensa em 167 dias.

“Não quero esperar um ano, ou um ano e meio” para começá-lo, alegou.

“O México pagará por ele (…) seja com um imposto, ou um pagamento. É menos provável que seja um pagamento”, declarou.

“Respeito o governo do México. Respeito o povo do México. Eu os amo. Muita gente do México trabalha para mim. São fenomenais. O governo é genial. Não os culpo pelo que aconteceu. Não os culpo por tentar tirar vantagem dos Estados Unidos”, completou Trump.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, recebeu Trump em uma polêmica visita quando ele ainda era candidato à Casa Branca.

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Trump já havia ameaçado intervir nas remessas que milhões de trabalhadores mexicanos enviam dos Estados Unidos – uma das maiores receitas do México e sustento de muitas famílias -, se o México não pagar a construção do muro ao longo dos 3.200 km de sua fronteira sul.

A polêmica ideia do muro foi lançada no início de sua campanha. Na época, avaliou que a obra custaria entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões. Essa quantia seria reembolsada pelo Estado mexicano.

Também durante a campanha eleitoral, o presidente eleito acusou os mexicanos de serem “estupradores” e “narcotraficantes”, afirmando que, se eleito, deportaria milhões de imigrantes que se encontram em situação ilegal nos Estados Unidos. Muitos são mexicanos.

Na entrevista coletiva concedida nesta quarta, ele anunciou uma “alta tarifa alfandegária” sobre as empresas americanas que optarem por se instalar no exterior.

“Se você quer mudar sua fábrica e, por exemplo, construí-la no México e fabricar seus ares-condicionados, ou carros, ou o que seja, e acha que venderá através de uma fronteira muito, muito forte, não por uma fronteira frágil como agora – na verdade não temos uma fronteira, mas uma peneira – estão enganados. Vocês vão pagar uma alta tarifa alfandegária”, advertiu.

Recentemente, a Ford Motor Company – primeira montadora instalada no México, em 1925 – decidiu cancelar a construção de uma fábrica no estado de San Luis Potosí, ao norte, após receber críticas de Trump.

O investimento chegaria a US$ 1,6 bilhão, com previsão de criar 2.800 postos de trabalho.

Na semana passada, Trump ameaçou impor “um alto imposto alfandegário” à americana General Motors. A empresa fabrica no México um modelo de Chevrolet – o Chevy Cruze -, o qual depois é vendido livre de impostos nos Estados Unidos.

Depois desses anúncios e às vésperas da posse de Trump, que acontece no próximo dia 20, o peso mexicano continua se desvalorizando em relação ao dólar.


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