PARIS, 13 JUL (ANSA) – Em coletiva conjunta nesta quinta-feira (13), os presidentes da França, Emmanuel Macron, e dos Estados Unidos, Donald Trump, deram sinais de que podem encontrar um ponto em comum em relação ao Acordo de Paris sobre o clima.   

Trump anunciou a saída dos EUA do tratado no início de junho, decisão que gerou críticas por toda a comunidade internacional.   

No entanto, nesta quinta, em sua visita a Paris, disse que “qualquer coisa pode acontecer”.   

“Se algo ocorrer, será estupendo. Do contrário, continuará do mesmo jeito”, declarou o presidente norte-americano. Os Estados Unidos só podem notificar sua saída do acordo a partir de 4 de novembro de 2019, e a retirada teria efeito apenas um ano depois.   

Até lá, existe a expectativa de que Trump tente renegociar alguns dos termos do tratado, embora as outras partes já tenham se mostrado reticentes quanto a essa hipótese. Ao lado do colega norte-americano, Macron disse que “respeita sua decisão” e que a vontade da França é de manter os compromissos do Acordo de Paris.   

“Nossas diferenças sobre o Acordo de Paris sobre o clima estão ligadas a compromissos de campanha assumidos por Trump.   

Precisamos seguir debatendo, eu respeito a determinação americana de querer conservar os postos de trabalho, mas acredito que ela seja compatível com o Acordo de Paris”, declarou o líder francês.   

Segundo ele, existe uma “vontade compartilhada de continuar discutindo para encontrar o melhor acordo possível”. A coletiva conjunta ocorreu após uma reunião bilateral na capital da França, que serviu também para debater temas como terrorismo e imigração.   

Segundo Macron, os dois ressaltaram a necessidade de construir um caminho para o pós-guerra na Síria e de começar “diversas iniciativas diplomáticas fortes” para ajudar na estabilização da Líbia, cuja fragmentação permite que milhares de pessoas partam diariamente de seu litoral rumo à Itália.   

Russiagate – Trump também aproveitou a ocasião para defender seu filho mais velho, Donald Trump Jr., no caso sobre o encontro com uma advogada russa em junho de 2016. Como o próprio primogênito revelou, ele fora para a reunião acreditando que a interlocutora tinha informações que comprometessem a democrata Hillary Clinton.   

“Meu filho é um jovem fantástico e se encontrou com uma advogada russa, que não é representante do governo russo. O encontro entre os dois foi muito breve, mas depois não aconteceu nada. E a imprensa fez uma tempestade em copo d’água”, afirmou.   

O presidente da Comissão de Justiça do Senado, Chuck Grassley, do Partido Republicano, o mesmo de Trump, já convocou o primogênito do presidente para prestar depoimento sobre esse episódio e disse até estar disposto a emitir um mandado se necessário.   

A revelação do encontro surgiu em meio ao “Russiagate”, escândalo sobre supostas interferências de Moscou nas eleições presidenciais do ano passado. O caso é investigado pelo FBI, que teve seu então diretor, James Comey, demitido por Trump recentemente. (ANSA)