NOVA YORK, 17 AGO (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje (17) que é “absurda” a remoção de estátuas de alguns dos personagens da guerra civil americana, um dos motivos que originou a polêmica marcha de Charlottesville no fim de semana. “É triste ver a história e a cultura do nosso país despedaçadas com a remoção das nossas belíssimas estátuas e monumentos. Vocês não podem mudar a história, mas podem aprender com ela. Robert Lee, Stonewall Jackson, quem será o próximo, Washington ou Jefferson? Isso é absurdo”, escreveu o magnata republicano em sua conta no Twitter. A Guerra Civil Americana, também chamada de Guerra de Secessão, ocorreu entre 1861 e 1865, quando vários estados escravagistas do sul dos EUA declararam sua secessão para formarem os Estados Confederados da América. As estátuas dos soldados confederados são símbolos que remetem ao passado escravocrata dos EUA e estão sendo contestadas em várias regiões do país.   

No último sábado (12), grupos racistas, supremacistas brancos e neonazistas fizeram uma marcha para protestar contra a retirada da estátua do comandante confederado Robert E.Lee, que era pró-escravidão. Eles entrarem em confronto com grupos antirracistas e três pessoas morreram, entre elas uma jovem atropelada por um militante da extrema-direita. Trump tem sido criticado pela postura que assumiu após a marcha na Virginia. O presidente demorou dois dias para condenar os grupos de extrema direita que organizaram o ato e, mesmo assim, ainda disse que os “dois lados” eram culpados pela confusão. Além de perder apoio dentro do Partido Republicano, o presidente está sendo acusado de incitar o ódio de supremacistas brancos. O CEO da Apple, Tim Cook, anunciou publicamente seu desgosto com Trump e doou US$ 2 milhões a grupos que combatem o racismo nos EUA. “Não estou de acordo com o presidente e com os outros que acreditam que exista uma equivalência moral entre os supremacistas brancos e nazistas e os que se opõem a eles em defesa dos direitos humanos”, afirmou Cook em um comunicado. Durante a Guerra Civil americana, 600 mil pessoas morreram e foi preciso um longo processo para a abolição da escravidão e a garantia dos direitos dos negros. (ANSA)


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