ROMA, 7 JUN (ANSA) – O Tribunal Administrativo Regional (TAR) de Lazio suspendeu nesta quarta-feira (7) a criação do Parque Arqueológico do Coliseu, em Roma.   

O projeto do Ministério dos Bens Culturais da Itália havia sido anunciado em janeiro deste ano e foi questionado por diversas entidades sindicais e pela Comuna de Roma.   

De acordo com o pedido da cidade, a criação de um parque arqueológico “era lesiva para os interesses da capital”.   

“É inaceitável que em Roma existam áreas de série A e áreas de série B, em uma prática que parece mostrar que o governo quer gerir com total autonomia e sem nenhuma preocupação com o patrimônio cultural da administração local”, disse a prefeita da cidade, Virginia Raggi.   

A líder pertence ao partido Movimento Cinco Estrelas (M5S) que faz oposição ao governo do Partido Democrático (PD) no governo da Itália. De acordo com Raggi, a renda com as bilheterias do Coliseu e do Foro Romano “levam para o caixa da nova entidade cerca de 40 milhões de euros, que antes iam 80% para a Superintendência especial”. “Agora, seria tudo do Parque e só 30% vão para a Superintendência. Isso faz com que muito pouco fique com Roma”, acrescentou.   

A fala da prefeita refere-se ao fato de que o decreto que criou o Parque Arqueológico do Coliseu previa a autonomia de toda a gestão da área incluída no novo projeto – Coliseu, Foro Romano, Monte Palatino e a Domus Area (Casa Dourada). Todo o parque seria administrado por um diretor-gerente escolhido através de concurso internacional.   

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Por sua vez, o ministro dos Bens Culturais, Dario Franceschini, falou com a ANSA sobre a decisão.   

“Infelizemnte, não posso falar nada, mas que estou surpreso. O mesmo TAR, a mesma seção da sentença sobre os diretores estrangeiros. Me esforço para entender porque os 31 museus e parques arqueológicos autônomos, do Uffizzi a Pompeia, vão bem e o 32º, o Parque do Coliseu, juridicamente idêntico aos outros não vai… Leremos a sentença, o que é agora impossível, e obviamente tentaremos impugná-la”, disse o ministro.   

Franceschini referia-se a outra derrota do governo italiano, ocorrida no dia 25 de maio, quando o mesmo tribunal anulou a nomeação de cinco diretores de museus italianos, que estavam entre os 20 nomeados pelo Ministério.   

Desde 2014, o ministro lidera uma série de reformas importantes e que mexem profundamente com a estrutura dos museus, parques e sítios arqueológicos de toda a Itália. A ideia do Ministério é “modernizar” a gestão dos locais, que recebem milhões de turistas todos os anos e são símbolos da cultura da Itália.   

(ANSA)


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