Na tentativa de brecar temas vanguardistas e polêmicos em sua faixa nobre, responsáveis pelo afugentamento de uma parcela considerável de sua audiência, a Globo trouxe Benedito Ruy Barbosa de volta ao rodízio de autores de novelas das 9 e promoveu uma série de adaptações em Velho Chico, concebida originalmente para a faixa das 18h. A ideia, com essa ação, era iniciar uma linha de tramas ‘simples’, de fácil assimilação por parte do público, investindo em histórias de amor e conflitos familiares.

A execução, no entanto, passou longe de ser simples. Embora o discurso oficial da emissora seja outro, os bastidores tiveram pontos de tensão. A começar pelo orçamento da primeira fase, que quase atingiu o dobro do previsto. As gravações no Nordeste encareceram a obra, e não houve as habituais ações de merchandising que costumam ser embutidas para amenizar os custos.

Em termos de caracterização, a segunda fase exigiu trabalho extra dos maquiadores, que demoraram a encontrar o meio ideal para reproduzir o suor quente e natural que os atores da primeira etapa derramaram em suas cenas.

No âmbito criativo, os embates entre Luiz Fernando Carvalho e Edmara Barbosa culminaram na saída da autora no meio da novela, que ficou a cargo de Bruno Luperi. Benedito Ruy Barbosa, que havia deixado o desenrolar da trama sob a responsabilidade da filha e do neto, precisou voltar à roteirização e dar suporte ao parente. A baixa audiência – que deve fechar com média geral de 29 pontos – também foi motivo de discussões entre Carvalho e Silvio de Abreu, diretor-geral de dramaturgia da Globo. Mudanças foram encomendadas para reverter o quadro e a maioria foi negada pelo diretor da novela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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