O uruguaio Óscar Tabárez e o brasileiro Tite se encontram nesta quinta-feira, em Montevidéu, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, como técnicos das equipes com as melhores campanhas, ataques mais positivos e defesas menos vazadas. As coincidências entre ambos terminam quando se analisa o currículo de cada um dos comandantes, aspecto em que treinador da seleção brasileira mais admira no colega, principalmente pelo tempo no cargo.

Tábarez é um dos técnicos de seleções há mais tempo no cargo. Já são 11 anos nesta segunda passagem, mais dois anos da primeira, entre 1988 e 1990, contra nove meses do brasileiro. Esta bagagem recebeu elogios de Tite na entrevista coletiva desta quarta-feira. “Nenhum técnico do mundo é tão longevo por acaso. Ele foi semifinalista na Copa de 2010, campeão da Copa América em 2011. É um profissional de muita qualidade, muito inteligente”, elogiou.

Para estudar o Uruguai, Tite contou ter visto novamente o empate em 2 a 2 com o Brasil, pelas Eliminatórias, no ano passado, e ficou surpreso ao ver o quanto Tabárez conhece o elenco. “Ele fez uma orientação para um jogador e um gesto foi entendido rapidamente. Há uma conexão total do pensamento entre o técnico e o elenco. É um desafio enfrentá-lo”, disse o brasileiro, que nesta semana completou 200 dias da estreia no cargo.

O treinador do Brasil, com apenas seis jogos oficiais no currículo como treinador da seleção, brincou sobre como seria ficar 11 anos no mesmo cargo. Tite relembrou o quanto isso é difícil no futebol brasileiro, por ser um local onde há uma rotatividade muito grande de profissionais, defeito que limita a oportunidade de conhecer os jogadores que pretende convocar.

Tabárez recém completou 70 anos e, por problemas de mobilidade, caminha com a ajuda de uma bengala. No passado ele teve um feito parecido com o obtido por Tite. O uruguaio, em 1987, quando o brasileiro ainda era jogador, conduziu o Peñarol à conquista da Copa Libertadores. A mesma façanha o atual treinador da seleção brasileira conseguiu 25 anos depois, com o Corinthians.

O treinador uruguaio tenta disputar pela quarta vez uma Copa do Mundo. Conhecido como “El Maestro”, ele conduziu a seleção nacional para os Mundiais de 1990, na Itália, de 2010, na África do Sul, e de 2014, no Brasil.