Um turista sueco, de 27, e um turco, de 39, morreram na madrugada desta sexta-feira (21) na ilha grega de Kos, no Mar Egeu, abalada por um forte terremoto que também causou importantes danos materiais e deixou mais de 100 feridos na região.

O terremoto, de 6,7 graus de magnitude, abalou o sudoeste da Turquia e as ilhas gregas do Dodecaneso, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O Observatório de Atenas classificou o sismo, que teria sido de magnitude 6, como “muito forte”.

O tremor ocorreu à 1h31 local, e seu epicentro foi situado 10,3 quilômetros ao sul de Bodrum, um famoso balneário turco, e a 16,2 quilômetros de Kos, a uma profundidade de 10 quilômetros.

“As pessoas continuam preocupadas, mas a tranquilidade volta progressivamente”, relatou uma fonte policial grega.

Segundo um fotógrafo da AFP, várias pessoas se dirigiam para o aeroporto por volta das 4h (horário de Brasília), com a intenção de deixar a ilha.

O porta-voz do governo grego, Dimitris Tzanakopoulos, declarou que, à exceção do porto de Kos, fechado para o tráfego, a situação vai-se recuperando.

“A situação na ilha parece perfeitamente sob controle, e temos o retorno à normalidade”, declarou o porta-voz na televisão estatal ERT.

“O aeroporto funciona, e as estradas se encontram em bom estado. Não há danos mais graves nas casas, ou nos prédios”, acrescentou.

As cinco pessoas que ficaram mais gravemente feridas foram levadas para o Hospital de Heraklion, em Creta.

Segundo os bombeiros, um bar funcionava no prédio que desmoronou no centro da cidade. Um helicóptero com seis membros dos serviços de emergência saiu da ilha vizinha de Rodes para Kos, a fim de ajudar na retirada das pessoas presas sob os escombros do bar.

O prefeito de Kos, Georges Kiritsis, confirmou à agência de notícias grega ANA a morte de duas pessoas na ilha, além de “vários feridos”. De acordo com a ANA, ambos os turistas estavam no centro da cidade. Eles teriam morrido na queda do bar, ou atingidos por escombros dos prédios abalados pelo sismo.

O número de feridos passa de 120, revelou o secretário da Marinha Mercante, Nektarios Santorinios.

O hotel do clube Marmara, de Theologos, a 30 quilômetros de Rodes, “balançou igual a um barco. Achei que fosse desabar”, contou a jornalista da AFP no local.

“Fomos surpreendidos. Ficamos assustados e saímos imediatamente”, explicou Teddy Dijoux, de 38 anos, um turista que está com a família nesse hotel.

“Durou muito tempo. Reuni meus filhos para abandonar o hotel”, contou Sylvie Jannot, outra turista.

– Sismos frequentes –

Na costa ocidental da Turquia, Bodrum foi especialmente afetado, com rachaduras nos edifícios e a evacuação do hospital da cidade como medida preventiva, segundo a imprensa local. O terremoto foi sentido por pelo menos 20 segundos, com sequências de cinco, ou seis réplicas de menor intensidade.

A mesquita de Adliye, no centro da cidade, também ficou danificada, e a Polícia isolou a área por precaução, segundo a agência de notícias turca Anatólia.

O terremoto também abalou a península de Datca – outra importante zona turística – e Esmirna, a terceira cidade da Turquia.

“O maior problema são os cortes de luz em algumas zonas (da cidade)”, declarou ao canal NTV o prefeito de Bodrum, Mehmet Kocadon, acrescentando que não há mortos na cidade.

Segundo a TV turca, o terremoto provocou ondas diante de Gumbet, na zona de Bodrum, que inundaram uma estrada.

Mais de 350 pessoas receberam atendimento médico, e pelo menos 25 continuavam internadas, nesta sexta, em Bodrum.

De acordo com o ministro turco da Saúde, Ahmet Demircan, “358 pessoas ficaram feridas no tremor de terra. Entre elas, 272 foram transportadas de ambulância para o hospital, e as outras foram por sua própria conta”.

Dos 25 que permanecem internados, “alguns tiveram fraturas”, mas ninguém se encontra em estado grave, completou o ministro.

A maioria se feriu ao pular dos prédios em que estava durante o tremor, ou nas quedas provocadas pelo abalo sísmico, segundo a emissora NTV.

Os feridos tiveram de ser atendidos no jardim do hospital de Bodrum. Como o teto do estabelecimento foi danificado, preferiu-se não correr o risco de levar os pacientes para dentro do prédio, explicou o governador de Bodrum, Bekir Yilmaz, citado pelo jornal “Hurriyet”.

Turquia e Grécia estão situadas em uma falha geológica e sofreram vários terremotos nos últimos anos.

Em 12 de junho, uma pessoa morreu na ilha grega de Lesbos por um sismo de magnitude 6,3. O abalo foi sentido tanto em Atenas, quanto em Istambul.

“O arquipélago do Dodecaneso, onde ficam Rodes e Kos, é muito sísmico. Em 1993, um forte sismo em Kos deixou 200 mortos. Por sorte, hoje se pode controlar”, comentou o sismólogo Gerassimos Papadopoulos, advertindo que as réplicas podem durar algumas semanas.

Em 17 de agosto de 1999, um terremoto de mais de 7 graus na escala Richter na região de Esmirna arrasou amplas zonas do noroeste da Turquia, matando 17 mil pessoas.