A redução do prazo para o repasse dos pagamento das operadoras de cartões de créditos aos lojistas não será uma medida imediata, afirmou há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Antes, o governo vai dar uma chance aos bancos de fazer uma “redução voluntária” dos juros cobrados do consumidor. “Se os bancos não começarem a baixar os juros, aí sim o Conselho Monetário Nacional toma essa decisão (de reduzir o prazo) na reunião de janeiro”, afirmou o ministro. Ele ressaltou, contudo, que a queda dos juros é uma “decisão dos bancos”.

O CMN já tem uma reunião programada para hoje à tarde, mas Meirelles garantiu que essa decisão de encurtar o prazo para o repasse dos cartões aos lojistas não será tomada hoje. O ministro reafirmou ainda que “nada mudou” no cronograma anunciado na semana passada no Palácio do Planalto.

“Anunciei que nós teríamos, num prazo pouco superior a 10 dias, definição da linha de direção desse assunto, sobre diminuição do prazo do pagamento do cartão para o lojista, que é instrumento do CMN, ou queda de juros voluntária no sistema”, disse Meirelles. Segundo ele, o governo já está aperfeiçoando a estrutura de funcionamento dos cartões para justamente permitir essa queda de juros.

“O cronograma continua rigorosamente, as medidas serão tomadas de uma forma ou de outra”, reforçou o ministro. “O mais importante é que o custo para o consumidor seja menor, seja através dos juros, seja pagando antes para o lojista para que ele possa reduzir o preço.”

Meirelles disse ainda que acha pouco provável que o sistema financeiro adote represálias em relação a eventual decisão do CMN sobre o prazo menor. As empresas de cartões de crédito, contudo, chegaram a indicar que poderiam elevar juros e tarifas caso consigam ficar menos tempo em posse do dinheiro das transações. “É um processo normal, tranquilo. Não acredito que haja disputa ou ameaças, o relacionamento com instituições financeiras é respeitoso”, disse.

Em relação a medidas de microcrédito, Meirelles disse que o tema será analisado na reunião de hoje do CMN.