Apesar da pressão de integrantes da base aliada, o presidente Michel Temer deverá escolher um nome do mercado para substituir o atual presidente da Vale, Murilo Ferreira. O dirigente foi escolhido pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2011 e deve permanecer no cargo até o próximo mês de maio, quando expira o seu mandato. Para o lugar dele, Temer teria dito a interlocutores que deverá escolher alguém que tenha “trânsito” com o mercado. “O presidente me disse que vai indicar um nome de mercado. Não vai ser um nome da bancada do PMDB, nem do Aécio Neves. Ou seja, não será ninguém partidário”, afirmou o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (PMDB). O peemedebista e Temer conversaram sobre o tema na última quarta-feira, 16. “O presidente disse que será um nome que também tenha consenso entre os sócios e o governo”, ressaltou Andrade. A Vale tem como sócios fundos de pensão de estatais, como Previ (Banco do Brasil), BNDES e Bradesco. Entre aqueles que reivindicam a indicação para o comando da Vale estão integrantes da bancada do PMDB de Minas Gerais, na qual Andrade tem forte influência. Representantes da cúpula do PSDB também têm interesse. Segundo auxiliares de Temer, o presidente ainda não definiu um nome, nem o perfil que será indicado para a presidência da Vale. A data da indicação também não foi acertada internamente. Nesta segunda-feira, 20, a mineradora divulgou em fato relevante que seu novo acordo de acionistas, que entrará em vigor em maio, dispõe de proposta para listar a companhia no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa – o que renderia benefícios a acionistas minoritários – e transformá-la em sociedade sem controle definido. O mercado financeiro recebeu bem a notícia e, por volta das 15h45, a bolsa subia puxada por ações da mineradora.