Os juros futuros fecharam a sessão regular em queda, em linha com o movimento do dólar, que, nesta segunda-feira, 26, à tarde, ampliou o recuo e renovou mínimas sequenciais até cair abaixo de R$ 3,30. O volume de contratos negociados, no entanto, manteve-se fraco, refletindo o compasso de espera por vários eventos esta semana, entre eles a denúncia que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar contra o presidente Michel Temer até amanhã e a votação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (52.125 contratos) fechou com taxa em 8,960%, de 8,995% no ajuste de sexta-feira, e a taxa do DI para janeiro de 2019 (108.515 contratos) também encerrou em 8,96%, de 9,00% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 (106.905 contratos) caiu de 10,21% para 10,18%. No câmbio, o dólar à vista caía 1,21%, aos R$ 3,3006, pouco depois das 16h30.

“Os juros estão acompanhando o dólar, é o máximo que dá para dizer. O real é a moeda que está com melhor desempenho entre os emergentes. De resto, é aguardar”, disse o operador de renda fixa da Renascença DTVM Luis Felipe Laudísio.

Os profissionais nas mesas de juros ainda citam como estímulo ao declínio das taxas os dados do Boletim Focus. A pesquisa trouxe nova queda das medianas das estimativas para IPCA e PIB em 2017 e 2018, o que reforça a percepção de que há espaço para novas flexibilizações da Selic.

Também há expectativa positiva em relação à aprovação da reforma trabalhista na CCJ. O relator do texto no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-CE), afirmou que a proposta deve ser aprovada na comissão da Casa por 16 votos a 10.

Por fim, à tarde, cresceu no mercado a percepção de que a situação do ex-presidente Lula deve ficar ainda mais complicada após a condenação do ex-ministro Antonio Palocci pelo juiz Sérgio Moro.

Quanto à PGR, o ministro Edson Fachin, relator do inquérito contra o presidente Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda estuda qual é o rito mais adequado para a tramitação da denúncia. Diante do ineditismo da situação – nunca um presidente foi denunciado por crime comum -, Fachin está consultando os demais ministros sobre o tema para definir o rito.