O líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhou mais uma vez contra o governo e apresentou, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, uma questão de ordem para tumultuar a votação da reforma trabalhista. O presidente do colegiado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), negou o pedido.

Renan pediu que fosse incluída na comissão mais uma cadeira para o PMDB, com o objetivo de inserir um aliado contra a reforma trabalhista no grupo. Ele argumentou que a distribuição de vagas do colegiado foi feita com base no tamanho dos blocos e não dos partidos, o que teria prejudicado a vantagem de partido majoritário que tem o PMDB. Ele defendeu ainda que a comissão com 26 membros, número par, poderia proferir resultados de empate em votações.

“Havendo vaga não ocupada na CAE, direito assemelha-se ao princípio da ‘coisa abandonada’. É imprescindível a 27ª vaga para votar matéria tão importante quanto a reforma trabalhista”, defendeu.

A questão de ordem de Renan Calheiros é, na verdade, uma tentativa de colocar mais um aliado na comissão, ou seja, mais um senador contrário à reforma trabalhista. A atitude vem apenas uma semana após a reunião da bancada do PMDB que discutiu o fato de Renan não apoiar o governo e as reformas de Temer.

Na ocasião, Renan conseguiu se manter na liderança peemedebista sob o argumento de que iria se abster de falar contrariamente aos projetos do governo quando a maioria da bancada exprimisse apoio às matérias.

Rejeição

Renan contou com o apoio do PT na questão de ordem, mas foi vencido. O presidente da comissão, senador Tasso Jereissati, rejeitou a questão de ordem sob o argumento de que a quantidade de vagas nas comissões são determinadas pela Mesa Diretora do Senado e não caberia ao presidente do colegiado decidir sobre a questão.