A Justiça americana teve de pedir desculpa a uma adolescente brasileira na semana passada, vítima de uma atitude difícil de ser perdoada: a prisão de uma menor inocente.  Finalmente liberada na terça-feira 30 após passar 20 dias internada sem justificativa, num abrigo em Chicago, Anna Stéfane Radeck, 17 anos, foi praticamente abandonada por nosso Consulado, viveu momentos de aflição e assim passou o seu aniversário na sexta-feira 26. Um absurdo, porque Anna Stéfane estava com toda a documentação em ordem para entrar nos EUA – a intenção era visitar a tia, que mora em Orlando, na Flórida –, inclusive a autorização dos pais para viajar desacompanhada, motivo alegado pela imigração americana para barrá-la. Diante de uma situação tão repressiva, a Justiça se desculpou e informou que ela pode voltar ao país quando e quantas vezes quiser. Resta saber se a mãe, a enfermeira Liliane Carvalho, que lutou praticamente sozinha pela libertação da filha, não irá pedir indenização. Motivos não lhe faltam. Enquanto Anna Stéfane era solta, outra jovem brasileira passou a sofrer o mesmo tormento e pelos mesmos motivos. Liliana Matte, 17 anos, foi detida no aeroporto de Miami quando voltava de uma viagem com as amigas pelas Bahamas, na segunda-feira 22. A mãe, Anaide Matte, está em Chicago, mas não consegue ver a filha. “Solicitei uma visita, não obtive resposta. Estou aguardando para encontrar minha filha”, disse. As autoridades americanas afirmaram que a jovem foi detida porque era menor e estava viajando sozinha. Detalhe: ela também tinha toda a documentação. E também nesse caso a representação brasileira no exterior não fez nada.

ABUSO Anna Stéfane Radeck, com sua mãe, Liliane. No detalhe, Liliana Matte, detida em Miami: estranha acolhida
ABUSO Anna Stéfane Radeck, com sua mãe, Liliane. No detalhe, Liliana Matte, detida em Miami: estranha acolhida