O padre católico Julio César Grassi deverá cumprir 15 anos de prisão por abuso sexual de um menor na Fundação Felizes as Crianças, que presidia, confirmou nesta terça-feira a Suprema Corte da Argentina em seu site.

A sentença foi ditada em 2009, e apelada até chegar ao Supremo. Grassi, de 60 anos, está preso desde 2013 por ordem de uma câmara de apelações que lhe revogou a liberdade condicional. Cumprirá a pena por mais 11 anos.

“Não há mais dúvidas, não há mais complô, não há mais ataques às vítimas. É um padre pedófilo e deve ser expulso da Igreja”, disse o advogado de acusação, Juan Pablo Gallegos, à emissora TN.

As pessoas e familiares que o denunciaram foram agredidos, intimidados e ameaçados durante o julgamento pelos que supostamente respondiam ao religioso.

Grassi foi um padre midiático nos anos 1990 e suas aparições no rádio e na televisão eram frequentes. Nos centros da Fundação chegou a abrigar mais de 6.000 menores de idade e lidava com um orçamento de 4,6 milhões de dólares.

Julio César Grassi enfrenta outras acusações por malversação de fundos. Sua fundação recebia doações milionárias de personalidades do mundo da economia e do espetáculo.

Outros supostos casos de abuso denunciados contra ele por familiares das vítimas não foram provados nos tribunais.