A falta de torcedores no Itaquerão não atrapalha o clube apenas sob o ponto de vista técnico. O pagamento do estádio fica ainda mais comprometido com o “abandono” da tgorcida do Corinthians, o que levou o time a ter neste início de ano dois dos três piores públicos da história em sua casa.

Uma das principais formas de pagar a arena por meio de um fundo criado para receber a bilheteria em jogos da equipe no local. Até o fim do ano passado, havia entrado no caixa cerca de R$ 99,29 milhões para quitar a construção do estádio, que deverá custar pelo menos R$ 1,7 bilhão, mas o valor aumentará com um refinanciamento que o clube está fazendo para honrar os pagamentos. O novo acordo será sacramento em breve.

O jornal O Estado de S.Paulo ouviu de pessoas ligadas à diretoria que a queda brusca de torcedores preocupa para a sequência da temporada. “Era esperado uma queda, até pelo fim de ano que tivemos, mas realmente esses dois primeiros jogos foram bem aquém do que planejamos”, disse uma das fontes.

Por outro lado, vale ressaltar que foram disputados apenas dois jogos na arena e a tendência é que na próxima quarta-feira, no clássico contra o Palmeiras, o público seja bem melhor do que foi diante de Santo André e Novorizontino.

A diretoria ainda estuda fazer ações de marketing para incentivar os torcedores a voltarem ao estádio. Na última quarta-feira, apenas 11.708 pagantes estiveram no local para ver a vitória sobre o Novorizontino por 1 a 0. Foi o pior público da história do Itaquerão. A menor marca havia sido registrada no jogo diante do Atlético Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, quando 17.135 torcedores foram ao estádio. O problema é que o terceiro pior público também ocorreu esse ano, quando 18.046 assistiram a derrota para o Santo André.

A renda líquida, aquela que vai para o fundo de pagamento da arena, também teve uma queda brusca. Contra o Novorizontino, por exemplo, foram arrecados R$ 125.177,73, cerca de 55,6% menor do que a pior renda obtida anteriormente – na partida contra o Atlético Mineiro.

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Os jogadores sentiram a ausência da torcida, mas mostram serenidade. O discurso quase unânime é de que o distanciamento é culpa da equipe, que não tem correspondido, com sucessivas más atuações. “A gente sabe que o torcedor está machucado e desconfiado, mas temos trabalhado bastante para que as coisas aconteçam dentro do jogo. Sabemos que eles querem vitórias e que o time ganhe bem, mas às vezes as coisas não acontecem como a gente quer”, disse o volante Fellipe Bastos.

Jô também tem consciência de que está devendo. “O termômetro do torcedor são os jogadores. Quando a gente começar a jogar bem, tenho certeza que eles vão voltar a lotar o estádio”, resumiu.

MAIS BARATO – Algo que poderia ajudar a levar o torcedor de volta ao estádio Itaquerão, a redução do preço dos ingressos, não deve ocorrer. Se houver uma queda, não será problema muito relevante. O fato de ter o programa de sócio-torcedor dificulta que o clube faça grandes promoções.

Desde a inauguração da arena, em maio de 2014, o valor médio dos bilhetes vendidos tem caído suavemente. No primeiro ano, era de R$ 65,74; no segundo ano foi de R$ 62,15 e em 2016 ficou em R$ 58,15. Em 2017, o clube alvinegro fez alguns remanejamentos de setores da arena e, com isso, o ingresso mais barato custa R$ 40. Até o ano passado era R$ 50. O valor máximo atualmente é de R$ 178.


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