São Paulo, 23/6 – A Sociedade Rural Brasileira (SRB) defendeu nesta sexta-feira, 23, que o Brasil reaja à decisão dos Estados Unidos de suspender as compras da carne bovina in natura nacional, mas “sem negar os problemas”. “Eles existem, ainda que diminutos”, destacou em nota distribuída nesta data. “É preciso reagir, corrigindo, em primeiro lugar, o relacionamento entre os setores público e privado. Em segundo lugar, tomar a iniciativa imediata de alterar as pequenas questões identificadas, visando eliminar os problemas de inspeção.”

A entidade lembra que na semana passada tinha sido a União Europeia a relatar problemas identificados nas importações de produtos de proteína animal. Em carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, disse esperar que os problemas sejam “corrigidos com brevidade”.

Para a SRB, apesar de uma indústria de carnes “moderna” e que é vistoriada “quase semanalmente” por delegações de países importadores, a fragilidade institucional nos mais altos níveis da Nação criou um descrédito. “Aliada a esta dificílima questão, a operação “carne fraca” e, posteriormente, a operação “carne fria” da Policia Federal identificaram problemas reais de relacionamento promíscuo entre agentes públicos e o setor privado. Problemas que, é verdade, não destroem a qualidade do produto brasileiro, porém, arruínam a credibilidade das instituições que deveriam garantir esta qualidade.”

A SRB destaca que o comércio internacional, em especial de produtos agrícolas, está sujeito a pressões protecionistas dos concorrentes. “A fragilidade institucional existente no País hoje, contudo, permitiu aos concorrentes aproveitar a situação para impor as sanções comerciais ao Brasil nos últimos dias.”

A entidade defende que o setor privado atue para promover alterações estruturais, tanto no relacionamento com o setor publico, como nas ações de inspeção. “O setor público precisa modificar a eficiência de seus controles, para garantir a independência de ação de seus auditores, assegurando prioridade e com o reconhecimento de que os serviços públicos se destinam à valorização da produção do Brasil. Ou seja, a transparência no relacionamento entre os setores público e privado deve ser total e valorizada.”

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