O diretor-geral de ratings soberanos da S&P Global Ratings, Roberto Sifon Arevalo, avalia que a venda da Eletrobras é um sinal positivo, mas a operação não terá impacto imediato no rating soberano ou mesmo na perspectiva da nota brasileira. Neste momento, também não haverá efeitos na classificação de risco da própria empresa.

A venda de qualquer estatal, se gerar uma fluxo de ativos, sempre é positiva, disse ele, mas sempre é preciso colocar em perspectiva. A Eletrobras é pequena perto das contas fiscais brasileiras e ainda precisa de uma série de passos antes de a operação vir a mercado, ressaltou o diretor a jornalistas nesta terça-feira, 22.

A decisão de privatizar Eletrobras não afeta imediatamente o rating da empresa, disse na mesma entrevista a diretora e responsável pela área de infraestrutura da S&P, Julyana Yokota. Segundo ela, regulatoriamente ainda são necessárias algumas medidas para viabilizar a operação. Ela ressaltou que será preciso algum tempo para a privatização de concretizar. “Da forma como isso for caminhar, nós em conjunto com os analistas soberanos vamos avaliar os impactos.”

A analista da S&P ressalta que a dívida pública brasileira está na casa dos trilhões, ou seja, a Eletrobras precisaria ser uma empresa muito maior do que é para ter impacto relevante na redução da dívida. Ao mesmo tempo, ela ressalta que a estatal reflete o rating soberano, por conta do suporte financeiro do governo no caso de necessidade financeira, como já ocorreu anteriormente.

Sifon Arevalo ressaltou que nos últimos anos tem havido uma série de anúncios importantes no Brasil na área econômica, mas a implementação das medidas propostas pelo governo tem se mostrado difícil. “Queremos ver esse comprometimento transformado em resultados reais”, disse o diretor da S&P. O diagnóstico do que precisa ser feito tem sido correto, mas a execução das medidas não tem ocorrido como previsto.

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