No dia 13 de setembro de 1993, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin confirmaram com um aperto de mãos, em Washington, o primeiro acordo de paz, do qual Shimon Peres, na época ministro das Relações Exteriores, havia sido um dos principais artífices.

Por este acordo, negociado em segredo na Noruega e apadrinhado pelo presidente americano Bill Clinton, os três dirigentes receberam no ano seguinte o prêmio Nobel da Paz.

O acordo foi fruto de 14 encontros secretos entre janeiro e agosto de 1993 em diferentes locais da Noruega, segundo o ministro norueguês das Relações Exteriores da época, Johan Joergen Holst.

Em agosto, de acordo com a imprensa israelense, Peres se reuniu em Estocolmo com Mahmud Abbas, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma informação que, no entanto, foi desmentida por Peres.

Os contatos secretos se multiplicaram em agosto até os acordos de Oslo, que estabeleciam as linhas gerais de uma autonomia palestina de cinco anos nos territórios ocupados, começando pela Faixa de Gaza e pela cidade de Jericó, na Cisjordânia ocupada por Israel.

Em 13 de setembro, 3.000 convidados – entre eles os ex-presidentes George Bush e Jimmy Carter, oito ex-secretários de Estado, todo o Congresso, a Suprema Corte, ministros das Relações Exteriores de vários países e embaixadores árabes – acompanhavam a assinatura do acordo de paz.

Diante de uma solitária bandeira dos Estados Unidos – as de Israel e Palestina brilharam por sua ausência -, o acordo foi assinado em um escritório já histórico, que havia sido utilizado em março de 1979 pelo presidente Anwar al Sadat e pelo primeiro-ministro Menahem Begin para assinar o Tratado de Paz entre Egito e Israel.

Por volta das 11h00, Bill Clinton, mediador e mestre de cerimônias, cercado por Arafat, Rabin, Peres, pelo ministro russo das Relações Exteriores, Andreï Kozyrev, por Abbas e pelo secretário de Estado Warren Christopher, pronuncia um breve discurso de boas-vindas.

Peres e Abbas fazem seus discursos e às 11h43 estampam sua assinatura no primeiro documento de paz entre israelenses e palestinos após décadas de conflito.

Imediatamente Bill Clinton aperta a mão de Yitzhak Rabin, a sua direita, e de Yasser Arafat, a sua esquerda.

Arafat prolonga seu movimento e estende uma mão hesitante ao primeiro-ministro israelense que, após um instante de dúvida, estende a sua.

No meio, Clinton, sorridente, apoia uma mão nas costas de cada um dos adversários para aproximá-los e acompanhar este histórico aperto de mãos.

Neste momento o público aplaude e festeja com beijos e abraços o acordo de paz.

No ano seguinte, Arafat coloca fim a 27 anos de exílio e retorna à Cisjordânia para instalar a Autoridade Palestina, governo autônomo convocado a conduzir à independência.

No entanto, em novembro de 1995 Rabin é assassinado por um extremista judeu que queria, segundo declarou ao ser julgado, sabotar qualquer acordo de paz com os palestinos.

Atualmente, 23 anos depois da assinatura dos acordos de Oslo, os palestinos não recuperaram a independência que esperavam e o objetivo da paz está mais distante do que nunca.