O governo separatista da região da Catalunha denunciou nesta terça-feira ameaças de Madri contra o patrimônio de seus dirigentes, que se preparam para convocar esta semana um referendo de autodeterminação em outubro, algo proibido pela justiça espanhola.

O presidente regional catalão, Carles Puigdemont, explicou que seu predecessor, Artur Mas, e outros dez membros do seu Executivo foram citados a comparecer no dia 25 de setembro no Tribunal de Contas de Madri para pagar uma multa de 5,2 milhões de euros pela organização da consulta simbólica sobre a independência realizada em 2014.

“O Estado espanhol decidiu incrementar as ameaças (…) justamente no início de uma semana decisiva e histórica, na qual aprovaremos a lei do referendo e firmaremos o decreto de convocação”, declarou Puigdemont em entrevista coletiva em Barcelona.

O ex-presidente regional Artur Mas (2010-2016) e três membros do seu governo foram condenados e proibidos de exercer cargos públicos por terem promovido, em 9 de novembro de 2014, uma consulta sobre a separação da Catalunha, que não teve valor jurídico mas foi proibida pelo Tribunal Constitucional.

A consulta teve a participação de 2,3 milhões de eleitores, e 80% votaram a favor da independência. O índice de participação foi de 35%.

O Tribunal de Contas afirma que os envolvidos devem restituir o dinheiro público destinado à consulta, exatamente 5,2 milhões de euros.

No momento, os separatistas dobram a aposta em seu desafio ao governo espanhol, totalmente contrário ao direito de autodeterminação da região, anunciando um referendo proibido taxativamente pelo Tribunal Constitucional.

Em caso de vitória, prometem declarar a independência da Catalunha.