A seleção brasileira encerrou sua temporada no início da madrugada desta quarta-feira fazendo o que se esperava dela. O time que não perde desde a chegada de Tite bateu o Peru por 2 a 0 em Lima, chegou aos 27 pontos nas Eliminatórias e praticamente garantiu sua vaga na Copa do Mundo de 2018. A vitória que calou o barulhento Estádio Nacional não veio com uma grande apresentação, mas foi merecida para uma seleção que, nos últimos cinco meses, aprendeu o caminho para a Rússia.

Brasil e Peru não se enfrentavam em Lima havia nove anos, e a presença da seleção de Neymar mobilizou o país andino. Teve torcedor que saiu dos mais diversos cantos do Peru só para ter a chance de chegar perto dos jogadores brasileiros – e tentar uma foto que invariavelmente não conseguiam. A partida da noite passada era assunto em bares, lojas, restaurantes e a cada praça da capital. E tamanho interesse, claro, teria seu clímax no Estádio Nacional.

A torcida que lotou a arena tentou fazer do jogo um espetáculo efervescente, mas em campo o que se viu foi uma partida muito mais de intenções do que de chances claras de gol. Havia muita vontade do lado peruano, mas faltava qualidade – a ponto de o torcedor se contentar em vibrar com divididas, passes certos ou mesmo uma recuperada de bola junto à lateral.

A seleção de Tite foi mais criativa, mas também careceu de objetividade. Havia um toque de magia em lances de Neymar – ele arrancou um suspiro coletivo da torcida quando deu um passe por cobertura com a lateral do pé no primeiro tempo -, mas também havia uma cordilheira intransponível de peruanos à frente da área. Chegar ao gol de Gallese era uma tarefa difícil.

O Brasil só encaminhou a vitória quando a seleção passou a fazer o que Tite vive insistindo a cada entrevista. “O jogo coletivo potencializa as individualidades”, ensina o treinador. No segundo tempo, o Brasil passou a atacar coletivamente. Renato Augusto, em determinado momento, parecia um daqueles antigos ponteiros-direitos.

Neymar não se importava em voltar até a defesa para ajudar a marcar e começar lá de trás a construir as jogadas ofensivas. Gabriel Jesus se movimentava de um lado a outro e obrigava Christian Ramos, sua sombra no jogo, a fazer o mesmo. E Philippe Coutinho era a alavanca que fazia essa engrenagem funcionar.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Partiu do meia do Liverpool as melhores jogadas da partida. Foi ele quem arrancou em desabalada velocidade no lance que abriu a contagem, em gol de Gabriel Jesus. A atuação do jogador foi tão destacada que Coutinho foi aplaudido pelos peruanos quando, cansado, foi substituído por Tite. Renato Augusto, após assistência do atacante do Palmeiras, definiu o placar.

FICHA TÉCNICA:

PERU 0 x 2 BRASIL

PERU – Gallese; Corzo (Advíncula), Christian Ramos, Alberto Rodríguez e Nilson Loyola; Pedro Aquino, Yotún, Carrillo (Ruidíaz), Cueva e Andy Polo (Sánchez); Paolo Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.

BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto; Philippe Coutinho (Douglas Costa), Gabriel Jesus (Willian) e Neymar. Técnico: Tite.

GOLS – Gabriel Jesus, aos 12, e Renato Augusto, aos 33 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Nilson Loyola, Cueva e Renato Augusto.

ÁRBITRO – Wilmar Roldán (Colômbia).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Nacional, em Lima (Peru).


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias