Duas surpreendentes descobertas ocorridas nas últimas semanas ajudaram a trazer à vida a civilização viking. Ambas desafiam os atuais conhecimentos sobre essa antiga cultura. A primeira, feita no começo de setembro, provou que um esqueleto encontrado na Suécia que há muito tempo se acreditava ser de homem pertencia, na verdade, a uma mulher. Isso mostra que os combatentes nórdicos do passado poderiam pertencer a qualquer sexo. Dias antes, um caçador encontrara no alto de uma montanha da Noruega uma espada viking exposta ao ar livre. Seu excelente estado de conservação mesmo após mil anos esconde outro mistério: como ela foi parar naquela altitude.

O esqueleto viking havia sido encontrado na década de 1880, em meio a vários objetos bélicos: uma espada, um machado, uma lança, uma faca de combate, dois escudos e dois cavalos. O conjunto sugeria que os restos mortais fossem de um guerreiro. Evidências de que a ossada era feminina foram refutadas até que o teste de DNA revelou a falta de cromossomos Y, determinando de uma vez por todas que se tratava de uma mulher. “Nossos resultados sugerem que mulheres podiam ser membros plenos de esferas dominadas por homens”, escreveram os pesquisadores.

Já a espada foi encontrada acidentalmente durante uma expedição pela região montanhosa de Lesja. O caçador Einar Ambakk deparou com o artefato de mais de mil anos sobre pedras e chamou uma equipe de arqueólogos para analisá-lo. Sua preservação ocorreu por não estar em contato direto com o solo e por ficar coberto por gelo durante boa parte do ano. Ainda não há explicação para como foi parar ali. Nas redondezas não havia nenhum outro objeto. “É possível que tenha pertencido a um viking que morreu na montanha”, disse o arqueólogo responsável pelas análises, Lars Pilø. “Mas por que ele estava viajando nas montanhas com somente uma espada?”

INTACTA A espada encontrada por um caçador norueguês: estado de conservação impressionante e dúvidas sobre como ela foi parar no alto de uma montanha