Secretária-bomba

DELAÇÃO: Bené, operador de Fernando Pimentel: secretária entregou planilhas
DELAÇÃO: Bené, operador de Fernando Pimentel: secretária entregou planilhas

A delação premiada de Vanessa Ribeiro, secretária de Benedito de Oliveira, o Bené, traz os detalhes operacionais que completam os depoimentos do empresário, operador do governador mineiro Fernando Pimentel (PT). Um exemplo são quatro notas fiscais fraudulentas apresentadas por Vanessa à Propeg em 2010. O valor total somava R$ 975 mil, que serviriam de propina ao PP. Antes, ela descontava 20% do valor da nota. “A maior parte do valor remanescente era sacado, pela colaboradora, em dinheiro, no Banco do Brasil, e entregue para Benedito”, diz a delação. Bené lhe pedia que mantivesse uma planilha dos valores recebidos pela Propeg de contrato com o Ministério das Cidades, para calcular a propina, e dizia que “esse controle era para apresentar ao partido.”

Brainstorm

Não foi só entre a Polícia Federal e o Ministério Público que houve divergências nessa investigação, batizada de Operação Hidra de Lerna. A ministra Maria Thereza, do STJ, também resolveu impor freios e negou pedidos de condução coercitiva, como do publicitário Fernando Barros, da Propeg. A Procuradoria foi contra a delação de Vanessa.

É pra ajudar

Fiscalizado pelo TCU sob suspeita de desvios milionários, o Sesc/Senac do Rio tirou a paciência do ministro Weder de Oliveira após pedido de mais prazo para entregar documentos. Oliveira avisou ao presidente Orlando Diniz, aliado de Sérgio Cabral, que, se houver “medidas procrastinatórias”, pode afastá-lo.

A fila da Zelotes

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O relatório da PF que indiciou André Gerdau, diretor-presidente do grupo, já recebeu o aval da Receita Federal e agora passa pela última etapa de análise, desta vez na Procuradoria do DF. Peritos analisam dados financeiros de contratos e darão fundamentos para os procuradores decidirem se apresentam denúncia contra Gerdau e os outros envolvidos. Fontes ligadas ao caso dão como certa a denúncia.

Rápidas

* Flamenguista, o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ostenta a camiseta do time autografada por Zico. Emoldurado em seu gabinete, o manto fica ao lado do uniforme vascaíno, “em respeito ao campeão carioca de 2016”. Hoje, o Vasco está na série B.

* A delatora e secretária de Bené, Vanessa Ribeiro, abriu uma loja de persianas em 2009. A primeira grande venda foi justamente para Bené, que gastou R$ 80 mil em cortinas para sua casa em área nobre de Brasília.

* Na delação, Otávio Azevedo, ex-Andrade Gutierrez, defendeu-se da história da venda de uma lancha ao lobista Fernando Baiano, envolvido em corrupção. “Fernando Soares comprou a lancha porque queria, sem motivos escusos.”

* Para a PF, Lula era chamado de “amigo do EO (Emílio Odebrecht)” nos e-mails da construtora. Em um deles, o filho de Emílio, Marcelo, fala sobre uma ida a Cuba em 2014: “Eu poderia voltar com Lula de Havana”.

Retrato falado

“Segundo turno é um confronto de fotografias. Vence a com menos rejeição”

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Ministro dos Esportes, o peemedebista Leonardo Picciani (RJ) acredita que a rejeição de cada candidato definirá o comando da prefeitura do Rio. Enquanto ainda apostava na ida de Pedro Paulo (PMDB) ao segundo turno, Picciani dizia que a “fotografia” do candidato Marcelo Crivella (PRB) ao lado do ex-governador Anthony Garotinho (PR) e do bispo Edir Macedo causaria mais repulsa. Agora que a briga é entre Marcelo Freixo (PSOL) e o senador, o PMDB optou pela neutralidade.

Toma lá dá cá

Luiza Frischeisen, procuradora do MPF

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A prisão de condenados em segunda instância fere a presunção de inocência? De maneira nenhuma. A presunção de inocência não deve ser interpretada como a exaustão dos recursos criminais. Deve ser alinhada a um sistema criminal efetivo, em que as decisões dos magistrados, depois de passar por um segundo grau, podem ser cumpridas, como é em quase todos os países.

Isso vai diminuir a sensação de impunidade da sociedade? A sensação de impunidade é muito profunda por outros fatores, porque nós também temos um número grande de crimes que não são investigados, que não têm denúncia, entre outros. De qualquer forma, isso contribui para que a condenação seja cumprida e não prescreva.

O “centrão” virou “centrinho”

Há algum tempo, o governo deixou de encarar o chamado “centrão” como um grupo capaz de aglutinar força política para negociar com o Planalto. A derrocada final foi a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal idealizador do bloco original. Hoje, o que incomoda a presidência da República é a falta de protagonismo que o PMDB, partido de Michel Temer, tem tido na rotina da Câmara. A avaliação é que a sigla segue ofuscada pelo DEM e PSDB. Ministros peemedebistas dizem que é preciso olhar para quadros mais novos do partido e lá investir para retomar o brilho próprio nos bastidores e, de quebra, se cacifar para a disputa pelo comando da Casa em 2017.

Legislou?

O advogado criminalista Pierpaolo Cruz Bottini critica os meios para implantar a mudança da prisão em segunda instância. Discordo da execução provisória da pena por um pequeno detalhe: ela é expressamente proibida pela lei. Se queremos permiti-la, devemos mudar a lei, não passar sobre ela”.

Esplanada fitness

Os ministros da Educação e da Saúde conversam sobre um plano para a promoção da saúde nas escolas. Uma ideia é aplicar a biometria universal para identificar potenciais atletas e combater a obesidade infantil. Para inspirar seus servidores, Ricardo Barros, titular da Saúde, quer levar o educador físico Marcio Atalla para uma palestra.

Ajudinha

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Idealizador do programa Criança Feliz, o ministro do Desenvolvimento Social busca formas de ajudar a primeira-dama a se preparar para a coordenação da iniciativa. Osmar Terra (foto) já apresentou Marcela Temer ao economista Ricardo Paes de Barros e quer aproximá-la do epidemiologista Cesar Victora, consultor da OMS e referência na primeira infância.

Rei do PowerPoint

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Desde o gráfico azul com o ex-presidente Lula como “comandante máximo” da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol (foto) virou alvo dos memes petistas. Agora, é abordado nas ruas. quando caminhava em Curitiba, semana passada, recebeu a alcunha irônica de “rei do PowerPoint” de uma militante ao volante.

Fotos: André Coelho/Agência O Globo; André Dusek/Estadão Conteúdo; Michel Filho/Agência O Globo; Henrique Manreza/Agência o Dia