O delegado de polícia Ruy Ferraz Fontes, diretor do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcótico (Denarc) de São Paulo, afirma que a importação de sementes que contenham o THC, princípio ativo da maconha, é comparável à importação da erva já pronta para o consumo. “Se tem THC na semente, é crime de tráfico”, diz o delegado.

Segundo Fontes, a principal preocupação do departamento é com o comércio feito pelos sites que não são rastreáveis, ou seja, que estão na “deep web”. O delegado afirma que, até agora, não houve nenhum caso de traficante que recebesse encomendas de drogas compradas no exterior pela internet. “Todo o comércio de substâncias que são proibidas pela Anvisa é alvo de investigações.”

E é justamente essa uma das preocupações de especialistas no comércio eletrônico. O Global Drugs Survey (GDS), questionário feito anualmente para tentar traçar hábitos do consumo de entorpecentes no mundo, aponta crescimento na busca por maconha e cocaína sintéticas, processadas para não conter substâncias proibidas nos países e que imitam os efeitos das drogas tradicionais.

Segundo a pesquisadora Clarice Madruga, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das coordenadoras no Brasil do GDS, o crescimento das apreensões “coincide com os dados que temos e com os do UNODC (escritório das Nações Unidas para crimes e drogas)”. Os números de 2015, que estão sendo divulgados neste mês, mostram que 4,9% dos brasileiros que participaram da pesquisa já compraram drogas pela internet – e 2% das compras foram na “deep web”. Além disso, 70% dos entrevistados já haviam consumido droga pelo menos uma vez na vida. “Os dados são indicadores, uma vez que pesquisa é online.”

A pesquisa de 2016, que está disponível para preenchimento voluntário, deve indicar consolidação ou mudança da tendência. O questionário pode ser acessado em www.globaldrug survey.com/GDS2016.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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