Os 28 países da União Europeia (UE), reunidos nesta quinta-feira em Bruxelas para debater o papel da Rússia no conflito sírio, mencionam “todas as opções, incluindo sanções adicionais contra o apoio ao regime”, segundo um rascunho do projeto ao qual a AFP teve acesso.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi clara ao chegar em sua primeira cúpula europeia, pedindo uma resposta “forte e unida” da UE frente à Rússia. “É vital que continuemos trabalhando juntos com o objetivo de pressionar a Rússia para que detenha suas abomináveis e repugnantes atrocidades na Síria”, afirmou.

A ameaça de sanções contra a Rússia ganhou força depois que o presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel não excluíram a medida na véspera, ao término de uma reunião em Berlim com o presidente russo, Vladimir Putin.

Um texto anterior sobre o mesmo tema, aprovado na segunda-feira pelos 28 ministros das Relações Exteriores, citava possíveis novas sanções contra sírios que apoiam o regime de Bashar al-Assad. Esta especificação sobre a nacionalidade não aparece no novo projeto de acordo da reunião europeia, o que dá a entender que a Rússia poderia ser incluída.

“A União Europeia está estudando todas as opções, incluindo medidas restritivas adicionais contra os indivíduos ou as entidades que respaldem o regime, caso as atrocidades atuais continuem”, afirma o rascunho das conclusões da reunião.

Na segunda-feira, no documento adotado pelos chefes da diplomacia dos países do bloco, a UE decidiu continuar reunindo provas para que os responsáveis pelos bombardeios contra Aleppo sejam acusados de “crimes de guerra” no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.

No rascunho do texto dos 28, ao qual a AFP teve acesso, há a inclusão de uma advertência aos aliados do regime sírio, como a Rússia, de que “todas as opções são estudadas, incluindo medidas restritivas adicionais (…) se as atuais atrocidades continuarem”.

“A UE deve ter todas as opções em aberto, incluindo as sanções, se os crimes continuarem”, enfatizou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para quem será difícil evocar o caso russo sem fazer referência aos ataques contra a população civil e hospitais em Aleppo.

Mas a UE se mostra dividida até o momento sobre a possibilidade de impor sanções à Rússia, como já pediram no fim de semana o Reino Unido e os Estados Unidos, obtendo o apoio de 333 dos 571 europarlamentares.

A reunião dos dirigentes europeus acontece quando Aleppo vive uma nova trégua aceita pela Rússia e a Síria para que a população possa receber atendimento ou deixar a cidade.