ROMA, 28 JUL (ANSA) – O governo do Lazio, no centro da Itália, pediu nesta sexta-feira (28) a declaração de estado de emergência na região, principalmente na capital Roma, por causa da crise no sistema hídrico que atinge parte do país.   

A “cidade eterna” vem enfrentando problemas no abastecimento de água em função da redução do nível de seus principais reservatórios, como o lago de Bracciano, o oitavo maior da Itália em extensão.   

Até aqui, a seca já fez o governo nacional declarar estado de emergência nas províncias de Parma e Piacenza, na região da Emília-Romana, norte da península. No entanto, ambas possuem apenas 25% dos habitantes da cidade de Roma, onde vivem quase 3 milhões de pessoas.   

“Nesta manhã, o Conselho dos Ministros tomou ato do pedido de estado de emergência feito pela região do Lazio. Está prevista uma reunião do Observatório Hídrico para o dia 4 de agosto. Se necessário, como em Parma e Piacenza, o governo intervirá”, garantiu o ministro do Meio Ambiente da Itália, Gian Luca Galletti.   

A declaração do estado de emergência também foi cobrada pela prefeita de Roma, Virginia Raggi, que fala em possíveis “danos para a imagem do país” caso a cidade fique sem água. “Estou preocupada principalmente com o fornecimento para hospitais e os bombeiros, o governo deve intervir com os instrumentos que tiver à disposição”, disse.   

A crise hídrica acontece em meio a um dos verões mais quentes e secos dos últimos anos no país, situação agravada pelo elevado fluxo de turistas, o que provoca um aumento no consumo de água.   

Na semana passada, a empresa que realiza o abastecimento em Roma ameaçou iniciar um rodízio que afetaria 1,5 milhão de habitantes por conta da proibição de captar água do lago de Bracciano.   

Essa hipótese parece descartada, ao menos por enquanto, já que a região do Lazio, responsável pela gestão do reservatório, aceitou que ele continue sendo usado para o abastecimento da capital, após negociações com o Ministério do Meio Ambiente. Ainda assim, a retirada de água do lago será reduzida de 900 para 400 litros por segundo até 10 de agosto e para 200 litros por segundo até o início de setembro, quando a captação será bloqueada. “É uma opção para evitar o racionamento e, sobretudo, evitar problemas de natureza sanitária e riscos de incêndios”, declarou o governador do Lazio, Nicola Zingaretti.   

Recentemente, tanto Roma quanto o Vaticano ordenaram o desligamento de fontes usadas como bebedouros – medida inédita nos últimos 140 anos – para reduzir o consumo de água. (ANSA)