O Rock in Rio termina neste domingo, 24, com a aprovação do Parque Olímpico como cenário para a Cidade do Rock. A edição já marcada para setembro de 2019 será nas mesmas instalações. “Vamos ficar aqui. A aposta está ganha, deu muito certo. O parque está superaprovado. Hoje a gente passa pela antiga Cidade do Rock e pensa: ‘como era possível?'”, avalia a vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina.

As novidades da arena de games e do palco digital, que recebeu youtubers e influenciadores digitais, também tiveram retorno positivo para a organização. “Foram os dois passos mais ousados: a arena de games, por ser fechada, e o digital stage, por ser um mundo à parte. Os dois estavam sempre cheios e foram muito elogiados. As pessoas estão felizes”.

As dimensões do Parque Olímpico, 300 mil metros quadrados, o dobro do terreno anterior – só a nova área à frente do Palco Mundo supera em metragem toda a Cidade do Rock anterior, segundo Roberta – deram mais conforto e facilidade para os deslocamentos, na opinião do público. Houve críticas quanto ao escoamento de público aos fins dos shows e à demora nas filas para ir ao banheiro e comprar bebida e comida.

Com relação aos planos para a edição de 2019, Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, já anunciou que irá montar uma área “dedicada à cultura da favela”, para dar visibilidade a manifestações culturais e gastronomia de comunidades cariocas. A ideia é fazer uma rua com este tema, como nesta edição existiram a Rock Street a o Rock District, com lojas, opções de alimentação e palcos. Medina vem sendo criticado por isso nas redes sociais – sua proposta teria um viés de fetichização da pobreza.

“Vou fazer um concurso de botequins das favelas. Tem que trazê-los para dentro da sociedade, para eles aprenderem a fazer profissionalmente. Essa é a ajuda. Trazer esperança para essa gente que está lá. Tentar unir mais o asfalto e o morro”, ele disse neste domingo. “A gente demonstrou o contraste. Viu o tiroteio na Rocinha e o contraste com a alegria daqui. Esse é o Brasil de verdade, e não meia dúzia de bandidos. Não é o tiroteio da Rocinha que manda no Rio de Janeiro”, afirmou, referindo-se à guerra de traficantes na favela da zona sul do Rio, uma das maiores do Brasil.

O episódio, ainda não resolvido (a polícia e as Forças Armadas estão na comunidade), deixou os moradores do morro em pânico, sem poder sair de casa para trabalhar, mas não teve qualquer repercussão no festival – ainda que a Rocinha esteja no caminho para quem veio de carro à Cidade do Rock. A maior parte do público chegou de metrô e BRT. O ônibus especial “primeira classe” mudou sua rota para a Linha Amarela. Os artistas hospedados na zona sul vieram normalmente de carro, sem se utilizar de helicóptero, de acordo com a organização.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias