O estado do Rio de Janeiro registrou neste sábado a morte do centésimo policial no ano de 2017, informou a Polícia Militar por meio de comunicado.

O agente Fábio José Cavalcante morreu baleado em um município da Baixada Fluminense, região metropolitana do capital fluminense, que apresenta altos índices de criminalidade.

De acordo com dados da Polícia Militar (PM), em 2016 morreram 146 agentes, e desses mais de 100 faleceram enquanto estavam fora do serviço.

Desde 1995 a PM do Rio de Janeiro já perdeu mais de 3.000 oficiais.

Segundo o órgão de segurança pública, as mortes durante os períodos de descanso triplicam se comparadas às ocorridas enquanto eles estão em serviço.

“Não somos números, somos cidadãos e heróis”, afirmou o coronel Wolney Dias, comandante geral da PM no Rio, em comunicado oficial divulgado neste sábado (26).

“Em nenhum lugar do país há uma guerra tão acentuada e permanente entre quadrilhas, facções rivais de traficantes e milícias por domínio do território”, ressaltou o chefe do órgão, que também se queixou às autoridades brasileiras por falhas no controle das fronteiras para impedir a entrada de armas e drogas.

“Em nenhum lugar do país há tantas armas em mãos de criminais”, acrescentou.

Além de lidar com a violência associada ao narcotráfico -com combates que aterrorizam diariamente a população- os policiais do Rio sofrem da grave crise econômica que afeta o estado, com atraso de pagamentos, falta de equipamentos adequados e de número de efetivos para cumprir a demanda.

Há apenas um ano, o Rio foi palco dos Jogos Olímpicos, o maior evento esportivo do mundo, que funcionou sob um forte esquema de segurança para proteger os turistas e as delegações estrangeiras.

As mortes dos policiais, assim como o alto número de agentes feridos durante operações, continuam crescendo, apesar de que já está em curso uma missão do governo federal que consiste no envio de 8.500 militares ao Rio de Janeiro até o fim de 2018, com intuito de conter a onda de insegurança.