Réu na Lava Jato, o senador Valdir Raupp (PMDB-TO) tornou-se alvo de um novo inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar os crimes de falsidade ideológica e peculato.

Os supostos crimes teriam sido cometidos na contratação fictícia de assessores do senador, de acordo com um inquérito policial sobre o caso.

As investigações começaram na primeira instância, mas, no dia 6 de março, o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da Justiça Federal do Distrito Federal, determinou que fossem remetidas ao Supremo Tribunal Federal, devido à prerrogativa de foro do parlamentar.

No STF, o relator sorteado é o ministro Gilmar Mendes. O processo que lhe foi encaminhado tem um total de 197 páginas.

Procurado, o advogado do senador, Daniel Gerber, disse que “a hipótese acusatória não se sustenta, e será devidamente esclarecida durante a investigação”.

Raupp também deve ter novo inquérito aberto com base nas delações da Odebrecht.

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Lava Jato

Raupp se tornou réu no início de março, quando a Segunda Turma do Supremo aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PGR o acusa de ter solicitado e recebido vantagem indevida de R$ 500 mil para a sua campanha ao Senado de 2010, oriundo do esquema de corrupção na Petrobras, por meio de propina disfarçada de doações oficiais.

Ainda na Lava Jato, ele é alvo de outras três investigações em que ainda não foram oferecidas denúncias pela PGR. Uma delas apura suposta prática de corrupção passiva qualificada, por meio do suposto recebimento de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, de acordo com a delação de Nestor Cerveró.

Ele também é investigado por supostos crimes de corrupção passiva e corrupção ativa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência, com base na delação do lobista Fernando Soares – apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. Fernando Baiano, como é conhecido, apontou em depoimento que a empreiteira gaúcha Brasília Guaíba teria procurado Raupp para intermediar negócios com a estatal. Em troca, o parlamentar exigiria doações para a campanha ao Senado em 2010.

Além disso, Raupp é um dos nomes que constam no inquérito (nº 4.326) em que a PGR investiga uma suposta organização criminosa formada por líderes políticos dO PMDB para conseguir propina e doações eleitorais com oferecimento de contrapartidas à iniciativa privada.


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