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O Chile, um dos países com mais movimentos sísmicos do mundo, vive uma certeza: a qualquer momento pode acontecer um terremoto. Essa preocupação seguirá viva na próxima Copa América, que será realizada no país sul-americano.

Com uma média de cinco a seis terremotos por dia – nem todos são perceptíveis para a população -, são grandes as chances de um abalo de maior força no Chile, durante as três semanas de duração da Copa América, entre 11 de junho a 4 de julho.

Por esse motivo, a organização do torneio já trabalha no desenvolvimento de um plano especial de segurança.

"Estamos trabalhando num plano de segurança em conjunto com a Agência Nacional de Emergências (Onemi)", declarou à AFP o diretor de comunicações da competição, José Antonio Giordano.

Segundo Giordano, antes do início das partidas, os torcedores assistirão nos telões dos estádios um vídeo educativo que ensinará como agir em caso de evento sísmico.

Com vários terremotos frescos na memória, a maioria dos chilenos sabe como atuar em caso de forte abalo.

As crianças aprendem na escola a proteger a cabeça e se posicionar debaixo das mesas em caso de terremoto. Os estabelecimentos educacionais também organizam brigadas de pais para a rápida evacuação numa emergência.

 

Cultura sísmica
O Chile foi palco do maior terremoto da história, de magnitude 9,5 na escala Richter, que arrasou a cidade de Valdivia, no sul do país, em 1960.

O movimento convergente das placas tetônicas Nazca e Sul-americana é o responsável pela maioria dos tremores que ocorrem no Chile.

Na madrugada de 27 de fevereiro de 2010, um potente terremoto de 8,8 graus -o sexto mais potente da história- deixou 500 mortos e causou prejuízos de 30 bilhões de dólares.

Em abril do ano passado, outro tremor de 8,3 graus sacudiu o norte do país, deixando cinco mortos.

Esses terremotos fizeram com que os chilenos ficassem cada vez mais atentos às informações sísmicas e prontos para tomar medidas de prevenção.

Em balneários como Antofagasta, La Serena, Vaparaíso, Viña del Mar e Concepción -todos sedes da Copa América-, panfletos que indicam as zonas seguras de evacuação são abundantes e foram instaladas sirenas para alertar a população em caso de tsunami, que costumam atingir a costa do país após um forte tremor.

No campo da arquitetura e construção anti-terremoto, o Chile também está bem precavido.

O terremoto de fevereiro de 2010 afetou apenas 0,3% dos quase 10.000 edifícios da capital Santiago, graças às rigorosas normas de construção postas em prática no país.