Fundado em outubro de 1971, em São Paulo, o Ballet Stagium separou os tempos da dança no Brasil, demarcando um antes e um depois. Inaugurou um jeito de misturar a técnica do balé com assuntos locais e com ele desbravou o Brasil, provando que o balé podia falar português. Dançou no Xingu, desceu o Rio São Francisco, dançando na areia, participou de desfile de escola de samba.

Na ditadura, mostrou a força da arte quando vozes eram silenciadas. Nesses 45 anos, continua fazendo da dança uma convocação para se pensar o mundo. Suas obras falam sobre a questão do negro, dos índios, da América Latina, dos direitos humanos, do colonialismo português. Seu repertório estampa a história recente do Brasil. Décio Otero, seu autor, deveria ser reverenciado por haver consolidado nosso balé moderno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.